A extrema-esquerda nunca nos decepciona ao jogar o jogo. Para eles, qualquer oportunidade é uma oportunidade. E, claro, eles seguem a máxima: “oportunidade não é coisa que se perca”.
Pois bastou que Alexandre de Moraes fosse indicado por Temer para o STF que a extrema-esquerda passou a dizer “ah, aí não pode, pois é partidário”.
Alguns, mais descuidados, disseram: “ah, aí não pode, pois ele vai parar a Lava Jato”. Engraçado que eles usaram até o velório de Marisa Letícia para atacar a Lava Jato e voltaram a ficar “a favor da operação” rapidinho. Detalhes…
O pior é que algumas pessoas de centro e de direita caem no jogo e se sentem constrangidas ao ficar a favor da nomeação de Moraes. Alguns dizem: “é, verdade, melhor que ele não tivesse pertencido a um partido da base, como o PSDB”. Ou seja, o esperneio do lado de lá impacta psicologicamente algumas pessoas do lado de cá. Isso é claro sinal de infantilidade política.
Diante de quem diz sinceramente que “um ministro escolhido para o STF não pode ser partidário”, eu perguntaria: “No jardim de sua casa existem também fadas e gnomos? Pois se já existem coisas como ‘ministros indicados não-partidários’, devem existir outros seres existentes só no mundo da fantasia”.
Eu defino esta direita não apenas como negacionista, mas também ofeliana. Adotei esse termo em alusão à personagem Ofelia, do filme Labirinto do Fauno. Para evitar ter de confrontar sua vida trágica e de horrores, ela criou em sua mente um mundo fantástico, com seres da mitologia, incluindo um fauno. Aliás, nesse mundo imaginário ela também era uma princesa. Mas isso não mudava em nada o mundo real, em que os horrores seguiam acontecendo. No fundo, o mundo mitológico criado na mente de Ofelia só a fazia se desconectar do horror real, não fazendo nada para combatê-lo.
Para a direita que se constrangeu com a intimidação petista, só digo uma coisa: se “pluguem” na realidade. Se os petistas estão esperneando contra Moraes, aí é que ele merece mais apoio. Os petistas já possuem vários ministros partidários, como Luís Fachin (definido como “mata tudo” por Delcídio, durante gravação), Ricardo Lewandowski e daí por diante. Aceitar o jogo de que “não é possível ter um ministro que tenha tomado partido” neste momento – exatamente quando a posição política adotada diverge da posição petista – é viver como Ofelia.
Nesse mundo imaginário, é possível pensar em “ministros do STF que não tenham tomado partido”. No mundo real, é o oposto: precisamos de ministros do STF que se interponham ao partidarismo de gente como Fachin, Lewandowski, Barroso e outros.
Aliás, eu defendo um método diferente. Eu proponho 33 ministros no STF, o que faria, de imediato, com que o partidarismo muito focado em ajudar um lado (o da extrema-esquerda) pudesse ser, em parte, mitigado. Teríamos que lutar para que as mamatas não fossem triplicadas, claro, e estudar critérios para que os “pedidos de vista” não fossem tão arbitrários como são. Para a escolha destes ministros, deveria ser feito um rodízio de indicação, envolvendo:
1 escolha do presidente
1 escolha do Senado
1 escolha da Câmara dos Deputados
1 escolha da associação dos juízes
1 vaga definida por critérios classificatórios
1 vaga vinda de voto de todos associados de todas as associações relacionadas à Justiça
Outras opções para fazer a “esteira” girar deveriam ser escolhidas, e até pensar em um limite de 10 anos para ocupação do cargo.
Seja lá como for, essa proposta minha só teria lugar em um mundo imaginário, impensável nos dias atuais. E nada impede que tenhamos propostas para um futuro idealizado, desde que saibamos o momento de propô-las.
Eu nem sequer penso em sair defendendo minha proposta ideal nesta década ou na próxima.
No mundo atual, as indicações são feitas pelo presidente e atendem a fins partidários.
No mundo real, os petistas escolheram os últimos ministros para atender seus objetivos partidários.
No mundo real, o PGR puxa a sardinha para o PT na cara dura.
No mundo real, Dilma e Lula ainda tem a seu favor ministros como Luis Carlos Barroso, Marco Aurélio Mello, Luis Fachin e Ricardo Lewandowski.
No mundo real, escolher um ministro que atenda aos interesses petistas significa uma coisa só: dar vida fácil aos ministros que tomam partido do PT.
Por isso, o principal critério para que eu dê 100% de apoio a Alexandre de Moraes é esse: a fúria com a qual os petistas atacam sua indicação.
Precisamos de mais ministros do STF que os petistas odeiem. Ah, mas e a ideia dos “ministros que não agradam e desagradam a ninguém”?
Eles estão lá no Labirinto do Fauno...
07 de fevereiro de 2017
Luciano Ayan
Pois bastou que Alexandre de Moraes fosse indicado por Temer para o STF que a extrema-esquerda passou a dizer “ah, aí não pode, pois é partidário”.
Alguns, mais descuidados, disseram: “ah, aí não pode, pois ele vai parar a Lava Jato”. Engraçado que eles usaram até o velório de Marisa Letícia para atacar a Lava Jato e voltaram a ficar “a favor da operação” rapidinho. Detalhes…
O pior é que algumas pessoas de centro e de direita caem no jogo e se sentem constrangidas ao ficar a favor da nomeação de Moraes. Alguns dizem: “é, verdade, melhor que ele não tivesse pertencido a um partido da base, como o PSDB”. Ou seja, o esperneio do lado de lá impacta psicologicamente algumas pessoas do lado de cá. Isso é claro sinal de infantilidade política.
Diante de quem diz sinceramente que “um ministro escolhido para o STF não pode ser partidário”, eu perguntaria: “No jardim de sua casa existem também fadas e gnomos? Pois se já existem coisas como ‘ministros indicados não-partidários’, devem existir outros seres existentes só no mundo da fantasia”.
Eu defino esta direita não apenas como negacionista, mas também ofeliana. Adotei esse termo em alusão à personagem Ofelia, do filme Labirinto do Fauno. Para evitar ter de confrontar sua vida trágica e de horrores, ela criou em sua mente um mundo fantástico, com seres da mitologia, incluindo um fauno. Aliás, nesse mundo imaginário ela também era uma princesa. Mas isso não mudava em nada o mundo real, em que os horrores seguiam acontecendo. No fundo, o mundo mitológico criado na mente de Ofelia só a fazia se desconectar do horror real, não fazendo nada para combatê-lo.
Para a direita que se constrangeu com a intimidação petista, só digo uma coisa: se “pluguem” na realidade. Se os petistas estão esperneando contra Moraes, aí é que ele merece mais apoio. Os petistas já possuem vários ministros partidários, como Luís Fachin (definido como “mata tudo” por Delcídio, durante gravação), Ricardo Lewandowski e daí por diante. Aceitar o jogo de que “não é possível ter um ministro que tenha tomado partido” neste momento – exatamente quando a posição política adotada diverge da posição petista – é viver como Ofelia.
Nesse mundo imaginário, é possível pensar em “ministros do STF que não tenham tomado partido”. No mundo real, é o oposto: precisamos de ministros do STF que se interponham ao partidarismo de gente como Fachin, Lewandowski, Barroso e outros.
Aliás, eu defendo um método diferente. Eu proponho 33 ministros no STF, o que faria, de imediato, com que o partidarismo muito focado em ajudar um lado (o da extrema-esquerda) pudesse ser, em parte, mitigado. Teríamos que lutar para que as mamatas não fossem triplicadas, claro, e estudar critérios para que os “pedidos de vista” não fossem tão arbitrários como são. Para a escolha destes ministros, deveria ser feito um rodízio de indicação, envolvendo:
1 escolha do presidente
1 escolha do Senado
1 escolha da Câmara dos Deputados
1 escolha da associação dos juízes
1 vaga definida por critérios classificatórios
1 vaga vinda de voto de todos associados de todas as associações relacionadas à Justiça
Outras opções para fazer a “esteira” girar deveriam ser escolhidas, e até pensar em um limite de 10 anos para ocupação do cargo.
Seja lá como for, essa proposta minha só teria lugar em um mundo imaginário, impensável nos dias atuais. E nada impede que tenhamos propostas para um futuro idealizado, desde que saibamos o momento de propô-las.
Eu nem sequer penso em sair defendendo minha proposta ideal nesta década ou na próxima.
No mundo atual, as indicações são feitas pelo presidente e atendem a fins partidários.
No mundo real, os petistas escolheram os últimos ministros para atender seus objetivos partidários.
No mundo real, o PGR puxa a sardinha para o PT na cara dura.
No mundo real, Dilma e Lula ainda tem a seu favor ministros como Luis Carlos Barroso, Marco Aurélio Mello, Luis Fachin e Ricardo Lewandowski.
No mundo real, escolher um ministro que atenda aos interesses petistas significa uma coisa só: dar vida fácil aos ministros que tomam partido do PT.
Por isso, o principal critério para que eu dê 100% de apoio a Alexandre de Moraes é esse: a fúria com a qual os petistas atacam sua indicação.
Precisamos de mais ministros do STF que os petistas odeiem. Ah, mas e a ideia dos “ministros que não agradam e desagradam a ninguém”?
Eles estão lá no Labirinto do Fauno...
07 de fevereiro de 2017
Luciano Ayan
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