DESORGANIZADO E DIVIDIDO
LÍDER DO PARTIDO NA CÂMARA DISSE QUE PT AINDA PRECISA SE ORGANIZAR
Afundado em debates e disputas internas sobre como salvar o que restou do partido depois do impeachment de Dilma Rousseff, da Operação Lava Jato e da derrota nas eleições municipais, o PT tem demonstrado uma espécie de letargia na oposição ao governo Michel Temer.
Para lideranças petistas, o episódio envolvendo o senador Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado, na semana passada evidenciou o descompasso e a falta de unidade no PT. Viana atuou para a permanência do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), após a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello de afastá-lo, a pedido da Rede.
Enquanto o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) declarava nos corredores do Senado que Viana deveria enterrar a PEC do Teto dos Gastos, prevista para ser votada nesta terça-feira, o senador acriano, por conta própria, participava da operação para salvar Renan. A atuação de Viana dividiu opiniões no PT. “Era um problema do Temer. Não temos que ser bombeiro de ninguém”, disse o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (PT-BA).
Para ele, passados apenas seis meses do impeachment, depois de 13 anos no governo, o PT ainda não se adaptou ao papel de oposição. “O PT ainda precisa se organizar na oposição”, admitiu Florence.
Gleide Andrade, uma das vice-presidentes do PT, sintetizou a situação do partido que se divide entre juntar os cacos e liderar a oposição a Temer. “O PT está tendo que assobiar e andar de bicicleta”, disse ela.
‘Desconexão’
O caso envolvendo Viana e Renan não é o único. Petistas citam a divisão da bancada do partido na Câmara durante a votação das 10 medidas contra a corrupção e a demora de três dias dos deputados petistas para divulgar nota sobre o assunto.
“Tem uma desconexão total na atuação do partido. Hoje um cara entra de um lado e outro de outro. Existe uma ausência de direção”, disse o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Alexandre Padilha.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, comunicou à cúpula da sigla em outubro que aceita encurtar seu mandato para que o partido faça uma repactuação. Alguns petistas avaliam que isso enfraqueceu a direção.
Para outros, o que existe é uma acomodação de parte das bancadas na Câmara e no Senado que, acostumadas às benesses do governo, desaprenderam a fazer oposição. “Tem uma parte do PT que está muito acomodada e ainda não se ligou sobre a necessidade de fazer uma oposição combativa”, disse Lindbergh.
Congresso
O partido avalia que esta situação deve durar pelo menos mais seis meses, até o Congresso Nacional do PT, que vai eleger a nova direção e definir o novo programa da legenda, evento agendado para maio do ano que vem.
11 de dezembro de 2016
diário do poder
LÍDER DO PARTIDO NA CÂMARA DISSE QUE PT AINDA PRECISA SE ORGANIZAR
LÍDER DO PARTIDO NA CÂMARA, AFONSO FLORENCE DISSE QUE PT AINDA PRECISA SE ORGANIZA |
Afundado em debates e disputas internas sobre como salvar o que restou do partido depois do impeachment de Dilma Rousseff, da Operação Lava Jato e da derrota nas eleições municipais, o PT tem demonstrado uma espécie de letargia na oposição ao governo Michel Temer.
Para lideranças petistas, o episódio envolvendo o senador Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado, na semana passada evidenciou o descompasso e a falta de unidade no PT. Viana atuou para a permanência do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), após a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello de afastá-lo, a pedido da Rede.
Enquanto o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) declarava nos corredores do Senado que Viana deveria enterrar a PEC do Teto dos Gastos, prevista para ser votada nesta terça-feira, o senador acriano, por conta própria, participava da operação para salvar Renan. A atuação de Viana dividiu opiniões no PT. “Era um problema do Temer. Não temos que ser bombeiro de ninguém”, disse o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (PT-BA).
Para ele, passados apenas seis meses do impeachment, depois de 13 anos no governo, o PT ainda não se adaptou ao papel de oposição. “O PT ainda precisa se organizar na oposição”, admitiu Florence.
Gleide Andrade, uma das vice-presidentes do PT, sintetizou a situação do partido que se divide entre juntar os cacos e liderar a oposição a Temer. “O PT está tendo que assobiar e andar de bicicleta”, disse ela.
‘Desconexão’
O caso envolvendo Viana e Renan não é o único. Petistas citam a divisão da bancada do partido na Câmara durante a votação das 10 medidas contra a corrupção e a demora de três dias dos deputados petistas para divulgar nota sobre o assunto.
“Tem uma desconexão total na atuação do partido. Hoje um cara entra de um lado e outro de outro. Existe uma ausência de direção”, disse o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Alexandre Padilha.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, comunicou à cúpula da sigla em outubro que aceita encurtar seu mandato para que o partido faça uma repactuação. Alguns petistas avaliam que isso enfraqueceu a direção.
Para outros, o que existe é uma acomodação de parte das bancadas na Câmara e no Senado que, acostumadas às benesses do governo, desaprenderam a fazer oposição. “Tem uma parte do PT que está muito acomodada e ainda não se ligou sobre a necessidade de fazer uma oposição combativa”, disse Lindbergh.
Congresso
O partido avalia que esta situação deve durar pelo menos mais seis meses, até o Congresso Nacional do PT, que vai eleger a nova direção e definir o novo programa da legenda, evento agendado para maio do ano que vem.
11 de dezembro de 2016
diário do poder
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