"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 11 de dezembro de 2016

EDUARDO PAES TRANSFORMOU O RIO DE JANEIRO NUM CEMITÉRIO DE ELEFANTES OLÍMPICOS


Resultado de imagem para eduaRDO PAES CHARGES
Charge do Aroeira (Portal O Dia)
Bocós e deslumbrados, uni-vos! Era a palavra de ordem da malta governamental que deu saltinhos de felicidade com a realização da Copa-2014 e das Olimpíadas-2016. Nos cálculos marotos, certamente entraram não apenas os roubos que agora se revelam, mas carreiras políticas infladas pela propaganda. Sobre a Copa e seu cortejo de obras inacabadas, projetos superfaturados e parques esportivos deteriorados por falta de uso, não há muito mais a acrescentar. Exceto a punição, que não virá, pelo planejamento danoso aos interesses populares. E quanto às Olimpíadas?
Não faltou quem comparasse Eduardo Paes a Pereira Passos. Trabalhador infatigável, carioca nota 10, empreendedor criativo: afagos para um político camaleônico, que não se envergonha de trair aliados de ontem, nem de sair de partidos por puro oportunismo. Ah, mas mudou a cara do Rio, dirão os discípulos de Ruy Castro. Só não perguntam a que custo. Herança do rouba, mas faz?
Quando se gastaram oceanos de tinta para louvar os “legados” das Olimpíadas, pedi uma carência de um ano para ter uma perspectiva melhor das obras, seus custos reais e impactos na cidade. Fui otimista. A coisa já está fedendo.
ROTINA DO CRIME – Enquanto o boneco do Piranhão faz as malas para sair do radar dos cariocas (e apostar na amnésia política da manada), nós herdamos uma cidade deprimida, cínica, aberta como nunca às propostas udenistas, com a miséria crescendo em taxas geométricas e a violência claramente fora de controle. O assassinato de um turista italiano, no bairro de Santa Teresa, já quase não choca nosotros, pelo caráter rotineiro. O turista cometeu o pecado de colocar uma câmera no capacete da moto, para registrar bons momentos. Foi confundido pelos marginais com um policial. Tiro na cabeça. E o janota do Piranhão vai tirar um ano sabático nos Estados Unidos, coçando os dedos para assinar ficha de filiação no PSDB. Rato pulando fora do navio que afunda. Se ao menos ficasse por lá … Ô Trump, arruma uma boquinha para o falastrão!
Leiam a coluna do Marco Aurélio Canônico na Folha de S. Paulo. Coloca números nas calamidades aprontadas pelo Cônsul-Honorário da Austrália no Rio de Janeiro.
###
CEMITÉRIO DE ELEFANTES OLÍMPICOSMarco Aurélio CanônicoFolha
Um dos mantras mais repetidos por Eduardo Paes era o de que a Rio-2016 não deixaria “elefantes brancos” para a cidade. Menos de três meses após o fim do evento, tal promessa já se mostra furada.
Alguns equipamentos eram claramente insustentáveis desde a concepção. Caso do campo de golfe, construído por US$ 19 milhões em uma área de reserva natural. O local é público, mas, como ninguém pratica o esporte no Brasil, é inútil. Sua manutenção gira em torno de US$ 82 mil mensais.
Mesmo instalações para as quais havia algum simulacro de planejamento já começam a tomar a forma de paquidermes de concreto e metal. É o caso do Parque Olímpico da Barra. Ali, segundo Paes, a “criatividade” seria garantia de aproveitamento: parte dos estádios seria administrada por meio de uma parceria público-privada e outra parte seria desmontada e “transformada em escolas e ginásios em áreas mais pobres”.
Não é o que está se desenhando. A licitação para escolher a empresa que cuidará do local deveria ter acontecido em agosto, mas foi sucessivamente adiada. Uma única empreiteira se interessou, mas não cumpriu as regras do edital. Com isso, a prefeitura teve de contratar emergencialmente (ou seja, sem licitação) um gestor para o espaço por até três meses, ao custo de R$ 4 milhões.
Ainda que ocorra até o fim do ano, a licitação já tem oposição declarada do próximo prefeito, Marcelo Crivella, que se espantou com a conta que herdará: R$ 166,5 milhões a serem pagos pelo município por obras de adaptação ao longo de três anos. A partir deste prazo, a prefeitura arca com parte das despesas de duas das arenas, gastando até R$ 382,7 milhões.
Não dá para dizer que esse cenário é surpreendente. Mas os elefantes olímpicos cariocas cresceram muito mais rapidamente do que se podia supor. (artigos enviados por Mário Assis Causanilhas)

11 de dezembro de 2016
Jacques Gruman    

Nenhum comentário:

Postar um comentário