"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 28 de agosto de 2016

TENHAM CALMA UNS COM OS OUTROS, TENHAM CALMA. TUDO PASSA.


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Ilustração reproduzida do Arquivo Google
























Na quarta-feira, assisti à entrevista do Collor feita pelo Geneton Moraes Neto, simples e brilhante jornalista que se foi tão cedo, aos 60 anos. Não lembro quando foi feita a entrevista. Sei que o Collor tinha a cara de agora, então não é coisa antiga.
Senti sinceridade no ex-presidente. Percebi dores passadas, conflitos, ele sequer negou ter pensado em suicídio após o impeachment. Também escreveu um livro-bomba que Thales (não sei como é a grafia correta) Ramalho o desaconselhou a publicar.
Eu ouvia Collor e observava Geneton. Como um jornalista iniciante, ele olhava no papel as perguntas que faria e depois riscava com a caneta o que havia perguntado. Sem nenhuma pompa e circunstância. Um amigo seu (dele) disse no velório (já não lembro quem, terá sido Guel Arraes?) que Geneton andava de lado, não queria ascensão nem dinheiro.
Geneton foi embora, seu trabalho tornou-se memória como ele tanto desejava.
TUDO PASSA – A cachorrinha da família do meu irmão não está andando, não tem comido. Amanhã vão levá-la ao neurologista.
Esta semana morreu um primo doente e eu soube que outras duas pessoas da família haviam morrido. Meu primo João, quando ligou pra falar do enterro, respondeu ‘tudo bem’ quando perguntei pela irmã dele. Mentira. Ela morreu, não me contaram, assim como também morreu a irmã da minha tia que costurou pra mim e minha mãe, fez meu vestido de formatura e do casamento.
Quando a gente envelhece, as coisas envelhecem junto, ao redor. Até os filhos prometem envelhecer a ponto de olharmos pra eles e perceber que a idade chegou.
Hoje cedo liguei pra secretária do meu ginecologista, e ela me disse que ele está se aposentando. Vai terça-feira ao consultório e acabou. Estive com ele há pouco mais de um mês. E agora isso.
Liguei pra casa dele. A mulher, que já foi a secretária em tempos idos, me atendeu e o botou ao telefone. Eu esperava por uma voz, ouvi o quase inaudível. Chorei.
As coisas se vão, as pessoas se vão, tudo passa. Então, gente, calma. O clima acusatório de uns contra outros não melhora nossa vida. Calma. O tempo há de passar e tudo voltará ao lugar. E se não voltar, é porque chegou ao fim.
Tudo passa.
28 de agosto de 2016

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