"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 13 de agosto de 2016

LULA DIZ AOS PARLAMENTARES DO PT QUE NÃO ACHA ESSENCIAL A CARTA DE DILMA


Afonso Florence, líder na Câmara, discursa na reunião do PTEm reunião com deputados e senadores, em Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse aos presentes não achar “tão essencial” a carta que a presidente afastada Dilma Rousseff deverá divulgar nos próximos dias, na qual defenderá a realização de um plebiscito convocando novas eleições. A posição do ex-presidente, portanto, corrobora o que disse, há uma semana, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, quando afirmou que a proposta de plebiscito seria “inviável”, o que gerou mal estar entre petistas.



























Dilma ainda está fazendo os últimos ajustes na carta, e, segundo senadores, resolveu fazer uma versão mais curta, focando na ideia do plebiscito.
“Lula não acha a carta tão essencial, ele acha que o importante é a presidente Dilma se aproximar dos senadores, fazer o olho no olho, com mais afago, mais abraços e beijos, mais café, mais tudo” – disse o deputado Vicente Candido (PT-SP).
DOIS CENÁRIOS – Segundo parlamentares que estavam na reunião, Lula também disse que ainda é possível reverter o cenário no Senado. Os petistas trabalham com um grupo de cerca de dez senadores que ainda poderiam mudar de voto, e é nesse grupo que Dilma deverá focar em fazer um contato maior agora.
Apesar disso, o ex-presidente pediu a todos que “trabalhem com os dois cenários”, e que, caso o impeachment realmente seja aprovado e Dilma afastada definitivamente, o PT tenha a clareza de fazer uma oposição mais ferrenha ao governo do presidente interino Michel Temer.
“Estamos fazendo oposição, e ele falou que temos que ter as duas alternativas, o cenário da volta da presidente e o do impeachment. Se ela for impichada mesmo, vamos fazer oposição” – afirmou Rui Falcão.
MAIA UNIÃO – Lula também cobrou dos parlamentares petistas que reajam às críticas feitas ao partido e pediu mais unidade de posição das bancadas da Câmara e do Senado. Ele citou como exemplos mais simbólicos a eleição para presidente da Câmara, quando, no primeiro turno, a bancada decidiu apoiar o ex-ministro Marcelo Castro (PMDB-PI), mas o apoio não se traduziu em votos. O que também aconteceu no segundo turno, quando parte resolveu votar em Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas outros se abstiveram e sequer participaram da votação.
“Lula pediu mais união da bancada. Um dos pontos que demonstrou que bancada estava desunida e dispersa foi a votação para presidente da Câmara. Ele lembrou que uma característica do PT sempre foi a centralidade e pediu o resgate disso” – disse Vicente Cândido.
OFENSIVA NO SENADO – O senador Humberto Costa (PT-PE), que esteve no encontro com Lula, disse que fez um breve balanço da ofensiva no Senado para virar votos. Os parlamentares afirmaram que Lula não participará da ofensiva, que cabe aos senadores e a Dilma.
“Vamos continuar o diálogo com os senadores que podem reverter os votos, focando na denúncia do processo e reforçando a oposição a esse governo. Isso ajuda na definição final” – disse Costa.

13 de agosto de 2016

Leticia Fernandes
O Globo

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