"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 7 de junho de 2016

PIMENTEL TAMBÉM RECEBEU PROPINAS DA ODEBRECHT E DA OAS, REVELA O DELATOR



Charge reproduzida do Arquivo Google






















Apontado como operador do governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT), o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, afirmou que a Odebrecht e a OAS pagaram R$ 14,5 milhões em propina ao petista. O relato foi feito aos investigadores da Operação Acrônimo em sua delação, que foi homologada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Pimentel já foi denunciado ao STJ por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo o depoimento do empresário, as tratativas com a Odebrecht começaram em maio de 2013, quando a empreiteira indicou que estaria disposta a financiar a campanha de Pimentel ao Palácio da Liberdade em 2014.
Bené disse que ouviu de Eduardo Serrano, que foi chefe de gabinete de Pimentel e era conhecido como “He-Man”, que deveria procurar João Nogueira, que seria executivo da Odebrecht, para as negociações.
BNDES NA JOGADA
Segundo Bené, Pimentel pediu que o acerto ficasse entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões, diante das demandas da empreiteira no Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio e no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
A cúpula da Odebrecht, ainda segundo o empresário, só autorizou o pagamento de R$ 12 milhões. Entre junho de 2013 e junho de 2014, foram pagos R$ 11,5 milhões em espécie, em hotéis de São Paulo. 
Para efetuar o repasse, era acertado o uso de senhas com nomes de árvores e plantas.
Segundo o delator, o interlocutor da Odebrecht precisava do aval de Marcelo Odebrecht para aprovação do fluxo de dinheiro, sendo que Pimentel e o empreiteiro chegaram a se encontrar para que a negociação andasse.
PROPINAS NO EXTERIOR
Em maio, a revista “Época” revelou que a Polícia Federal investigava se a Odebrecht pagou propina por empréstimos do BNDES no exterior, por meio de intervenção junto à Secretaria de Comércio Exterior do MDIC e ao BNDES.
O objetivo seria aprovar e liberar recursos para financiamento de obras fora do país, como metrô de Buenos Aires e uma obra da empresa na África. 
Bené confirmou o esquema.
Além da Odebrecht, o operador disse que foi avisado, no início de 2013, por um assessor de Pimentel que a OAS iria participar do financiamento da campanha do petista.
Bené afirmou que tratou da questão com o próprio governador, que lhe explicou que a medida seria contrapartida por ter intermediado um interesse da empreiteira na construção de um gasoduto no Uruguai.
PIMENTEL ACHOU POUCO…
O intermediário da OAS teria confirmado que a ajuda ao petista seria de R$ 3 milhões. 
O empresário disse que informou o valor a Pimentel, que achou pouco e pediu que chegassem aos R$ 5 milhões, mas a OAS não teria aceitado. 
Bené disse que participou da definição do cronograma de entrega do dinheiro, prevista em seis datas e que outros interlocutores, então, assumiram a negociação.
O empresário afirmou ainda que Pimentel “participou e o incumbiu de arrecadar contribuições para o caixa dois da campanha ao governo de Minas Gerais.
Segundo ele, Pimentel “tinha ciência de que os valores arrecadados e as despesas da campanha eleitoral de 2014 foram globalmente subfaturadas na prestação de contas” da Justiça Eleitoral.
A campanha de Pimentel declarou que arrecadou R$ 53,4 milhões e gastou R$ 52,1 milhões. Bené disse estimar as despesas em R$ 80 milhões.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O afastamento de Pimentel do governo de Minas gerais agora só depende do Supremo, que dirá se a Assembléia terá de ser ouvida antecipadamente. 
Se o STF der o sinal verde, dizendo que não será preciso decisão da Assembleia, na mesma hora o Superior Tribunal de Justiça (foro privilegiado dos governadores) vai detonar Pimentel. (C.N.)

07 de junho de 2016
Márcio Falcão e Aguirre Talento
Folha

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