Arregimentados pelo PT de São Paulo, movimentos sociais preparam um ato na porta do Fórum da Barra Funda, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestará depoimento na manhã do dia 17, uma quarta-feira. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) e o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) estão entre os organizadores do protesto. O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) ainda avalia se vai participar.
Segundo organizadores, Lula deverá caminhar entre seus apoiadores até o Fórum, onde prestará depoimento sobre a suposta ocultação de patrimônio na compra de um apartamento tríplex no Guarujá. O grito de guerra será “Lula é meu amigo. Mexeu com ele, mexeu comigo”.
O PT pretende ainda fazer manifestações de desagravo dois dias antes do depoimento, na reunião do conselho da presidência do PT, na capital paulista, na qual Lula deve participar. O petista também receberá outro ato de apoio na festa de 36 anos do partido, que será realizada no final deste mês no Rio de Janeiro.
Além do ato durante o depoimento, os movimentos sociais preparam uma marcha em Brasília no dia 16 de março.
LAVAGEM DE DINHEIRO
O depoimento do ex-presidente foi marcado a pedido do promotor Cássio Conserino, que diz haver indícios de que os investigados tentaram esconder a real identidade do apartamento, situação que configuraria crime de lavagem de dinheiro.
O tríplex no Guarujá também é alvo de investigação da 22ª fase da Operação Lava Jato, que investiga as transações envolvendo o imóvel. Em seu despacho sobre a operação, o juiz federal Sergio Moro afirma haver a suspeita de que a empreiteira OAS “teria utilizado o empreendimento imobiliário no Guarujá para repasse disfarçado de propina a agentes envolvidos no esquema criminoso da Petrobras”.
A esposa de Lula, Marisa Letícia, adquiriu a opção de compra do tríplex em 2005 por meio da cooperativa habitacional Bancoop, a antiga titular do condomínio sob investigação. Em 2014, o tríplex foi totalmente reformado pela OAS. Porém, em novembro de 2015, a assessoria de Lula informou à Folha que a família havia desistido de ficar com o imóvel.
O recuo ocorreu após as informações sobre o apartamento ganharem visibilidade na imprensa depois que a Lava Jato levou à prisão o ex-presidente da Bancoop e ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, além de executivos da OAS.
Outro imóvel ligado a Lula, o sítio em Atibaia que está em nome de sócios de um filho do petista, também está sendo investigado. (da FolhaPress)
12 de fevereiro de 2016
Deu em O Tempo
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