Uma merda de oposição, como diria com sinceridade minha mãe. Frouxa, panfletária, sem propostas e mal servida, sem uma visão articulada do Brasil, múltiplo e inteiro. Estamos perdidos e desamparados, alheios às dificuldades a cada dia mais consistentes, profundas e incontornáveis.
Esperam-se medidas que façam a economia reagir para se estancar a demissão de assalariados e o pior, o cancelamento de vagas de trabalho pelas empresas empregadoras. Espera-se um ataque frontal à inflação que não seja pela simples elevação dos juros bancários, só admitidos no Brasil porque nossa justiça é cega, surda, muda e preguiçosa, recusando-se a decidir pela denúncia de agiotas, usurários travestidos de banqueiros que sem a menor cerimônia taxam o cheque especial e os rotativos dos cartões de crédito em 500% ao ano, numa inflação que oficialmente é de 10,5% e a taxa Selic marcada a 14,15% ao ano.
CUSTO DO DINHEIRO
Para os poucos que ainda não sabem, a taxa Selic é o percentual base para se estipular o custo do dinheiro que o Governo paga quando vai ao mercado tomar empréstimos. Aos bancos os governos pagam sorridentes, mas não sabem desses cobrar, ou saberiam e criminosamente a esses se vendem pelas facilidades que delas desfrutam, pessoalmente. Bancos são grandes colaboradores nas campanhas e nas parcerias de conveniência.
O governo acostumou-se com o apedrejamento moral a que foi submetido nos últimos tempos; nada o afeta ou o constrange. Livre da ameaça do impeachment (perdeu-se a dimensão do que seria pior: com Dilma ou sem Dilma) o que de mais cintilante aconteceu em janeiro foi a primeira reunião do chamado “conselhão” um ajuntamento de banqueiros, industriais de São Paulo, artistas e dirigentes de entidades sindicais.
Aberta a reunião pelo ministro Jacques Wagner, em seguida o primeiro orador foi o presidente do Bradesco, o senhor Luiz Carlos Trabuco, que sentenciou: “O que angustia a população brasileira neste momento é como tirar o país da recessão.” Vinda do dono do Bradesco essa constatação, comunico aos meus amigos que estou de mudança para Honolulu . Até.
12 de fevereiro de 2016
Luiz Tito
O Tempo
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