"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

TEMER MANDA UMA BANANA PARA O GOVERNO

O Partido dos Trabalhadores, que sempre se percebeu como fonte de esplendor e confiança, tornou-se um triste arremedo de si mesmo. Não passa hoje um agrupamento capenga, sem coluna vertebral, cujos quadros vão se estiolando a cada novo avanço das investigações de corrupção no País. A morte por falência múltipla de órgãos se aproxima, e ela promete ser lenta e agônica.

Resultado de sua própria incompatibilidade com a democracia (sua aspiração, sabem todos seus integrantes, é a de tornar-se um partido único, detentor da absoluta verdade e de todos os poderes), o PT nunca teve verdadeiros aliados. Quando buscou alianças, foi porque delas precisou desesperadamente para chegar ao poder e nele se consolidar.

Lula, o milionário (R$53 milhões recebidos por “palestras” nos últimos quatro anos) ainda conseguia iludir a muitos com sua irradiante simpatia. Sempre mentiu facilmente, desmentindo com a mesma facilidade. O PT foi para ele um mero instrumento de ascensão política e consolidação no poder. No fundo é um pragmático, que nada tem a ver com coisíssima nenhuma. E tanto é assim que para sucedê-lo foi pegar Dilma, do PDT.

Agora, ameaçada de impeachment, a mesma Dilma durona, hábil nas pedaladas, cai no chororô. O PT, um dos protagonistas mais veementes pelo impeachment de Fernando Collor (Lula dizia que a simples não concretização das promessas de campanha era razão para o afastamento de um político de seu cargo) tem agora faniquitos, e diz que impeachment é golpe. Mas mesmo assim, continuou tratando os aliados da mesma maneira como trata todo mundo: de forma arrogante e grosseira.

O vice-presidente Michel Temer sabe como é lidar com o PT, hábil manipulador de ideias, palavras e conceitos. Por isso, começou a carta que mandou ontem para Dilma com uma expressão latina: “verba volant, scripta manent”: as palavras voam, mas a escrita permanece. E o que o vice-presidente disse, por escrito, revela muito o que é ter Dilma e o PT como supostos aliados.

A começar da absoluta desconfiança com que Temer e o PMDB foram tratados pela Presidente e pelo PT, “desconfiança incompatível com o que fizemos para manter o apoio pessoal e partidário ao seu governo”, observou o Vice-Presidente, ao assinalar que no primeiro mandato foi tratado apenas como peça decorativa, chamado apenas para resolver votações do PMDB, jamais chamado para discutir formulações econômicas ou políticas.

A lista de desfeitas protagonizadas por Dilma e o PT é longa, e Temer as alinha todas, para finalizar observando que o PMDB tem ciência de que o governo busca promover sua divisão (“o que já tentou no passado, sem sucesso”). O petardo fica para o final: passados esses momentos críticos, tenho certeza de que o País terá tranquilidade para crescer e consolidar as conquistas sociais.Sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB hoje, e não terá amanhã.



08 de dezembro de 2015
Editorial, Diário do Poder

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