"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

UMA VIDA VIGIADA


Já disse e repito: estamos cada dia mais vigiados. Big Brother está aí, chegou pra ficar. Meus argutos leitores já se deram conta.
by Olga Subirós, arquiteta espanhola
by Olga Subirós, arquiteta espanhola
O espanhol El País publicou artigo sobre o assunto, de autoria da doutora Gemma Galdon Clavell, da Universidade de Barcelona. Ela assinala uma série de objetos e procedimentos de uso diário cujos dados podem escancarar a vida e a intimidade de cada um de nós.
A lista não é exaustiva.
Interligne vertical 16 3Kf1. Videovigilância. É muito prático poder assistir, de longe, ao que está acontecendo dentro de casa. O chato é que um grampo pode ser instalado por terceiros que poderão, assim, assistir às mesmas cenas.
2. Relógios de luz, termostatos e medidores de água, tão comuns e necessários, fornecem informação sobre hábitos do utilizador.
3. Televisores inteligentes e consoles de videogames dispõem de câmeras e microfones. O usuário pode estar sendo espionado.
4. Cartões de crédito são preciosa fonte de dados. Fornecem informações disputadíssimas sobre hábitos de compra.
5. Controles biométricos de entrada e saída armazenam informação sobre passantes.
6. Monitoramento remoto no trabalho pode, através de captura de tela, medir a produtividade do trabalhador.
7. Bases de dados pessoais contêm dados fiscais e de saúde dos clientes. Essa informação pode cair em mãos alheias.
8. Sensores de contagem de pessoas monitoram o fluxo de compradores e o tempo de permanência.
9. Cartões de fidelidade oferecem vantagens e descontos, mas também recompõem o perfil de cada comprador.
10. Ibeacons enviam ofertas para celulares próximos.
11. Wifi gratuito pode bisbilhotar o perfil Facebook de cada utilizador.
12. Cartões recarregáveis de transporte público guardam dados sobre os deslocamentos de cada passageiro.
13. Redes de automóveis e de bicicletas de aluguel registram trajetos dos clientes.
14. Placas de carros podem ser facilmente lidas por sistemas instalados na via pública.
15. Telefonia móvel permite geolocalizar.
16. Câmeras térmicas e sensores sonoros medem o fluxo de pedestres e níveis de ruído.
17. Mobiliário urbano detecta a presença de pedestres. Câmeras podem gravar, com nitidez, a imagem de quem passar.
18. Sistemas de estacionamento com cartão personalizado guardam dados sobre o utilizador.
Como se tudo isso não bastasse, quem nos garante que todas as nossas comunicações telefônicas não estão sendo armazenadas em gigantescas bases de dados? E nossas mensagens eletrônicas?
Big Brother 1É verdade que não há orelhas suficientes para escutar tudo. No entanto, em caso de necessidade, não deve ser difícil encontrar o que tiver de ser encontrado. Quem procura acha.
O que parecia, vinte ou trinta anos atrás, delirante ficção científica é hoje realidade. Estamos cercados – não dá pra escapar.
17 de junho de 2015
José Horta Manzano

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