Um endereço utilizado até o ano passado como residência da atual mulher do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT-MG), e a casa do ex-deputado federal pelo PT mineiro Virgílio Guimarães foram alvos de mandados de busca e apreensão da Operação Acrônimo, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (29).
A operação, que prendeu o empresário Benedito Rodrigues – ligado ao PT, ele manteve R$ 525 milhões em contratos com órgãos do governo federal de 2005 a 2014 e estava em um avião apreendido pela PF em outubro de 2014 com R$ 113 mil em espécie –, busca localizar documentos que possam esclarecer a suspeita de que os valores que circulavam nas contas de investigados vinham da “inexecução e de sobrepreço praticados pelo grupo em contratos com órgãos públicos federais”.
Morando em Belo Horizonte (MG) desde que Pimentel venceu a campanha eleitoral do ano passado, Carolina Oliveira até 2014 ocupava um apartamento da Asa Sul, em Brasília. Foi esse o imóvel objeto de um dos 90 mandados de busca e apreensão expedidos a pedido da PF pela Justiça Federal de Brasília e executados em Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.
De acordo com a revista Época do ano passado, Carolina montou uma empresa, a Oli Comunicação, e mantinha amizade com a mulher do empresário detido, conhecido como Bené e que atua no ramo de gráficas e organização de eventos. A Oli, segundo a revista, foi contratada pelo PT.
A Folha apurou que também foi preso na operação desta sexta o ex-assessor na área de comunicação da campanha eleitoral de Pimentel em 2014, Marcier Trombiere, ex-assessor do Ministério das Cidades. Ele também estava no avião apreendido no ano passado.
Além dele e de Bené, também estão presos na Superintendência Regional da PF, em Brasília, Pedro Augusto de Medeiros e Vitor Nicolatto. Um quinto preso foi autuado em flagrante por posse ilegal de arma.
MONTOU 30 EMPRESAS
Bené, segundo as investigações da PF, montou cerca de 30 empresas que estão relacionadas a diversos contratos com o governo federal. Duas de suas empresas receberam da União por esses contratos, entre 2005 e 2014, um total de R$ 525 milhões – a Gráfica Brasil, com R$ 465 milhões, e a DUE, com R$ 60 milhões.
De acordo com o delegado da PF Dennis Cali, da área de combate ao crime organizado, o faturamento das empresas de Bené registrou um salto a partir de 2005. Antes disso, ainda segundo a PF, faturavam cerca de R$ 400 mil mensais.
O delegado disse que nenhum partido ou político é alvo das investigações.
30 de maio de 2015
Rubens Valente e Natuza Nery
Folha
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