"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO E OUTROS

Um mergulho profundo na nossa falência cidadã

Factóide: André Corrêa, no Fantástico de ontem, mergulhando na poluída Baía da Guanabara, para fazer média com a Olimpíada de 2016


A Rede Globo exibiu neste domingo, no Fantástico, uma das cenas mais patéticas que a incompetente e perdulária (falta de) administração pública tem a incapacidade de produzir e reproduzir nas redes sociais. Foi um deboche com a cara dos brasileiros o mergulho dado nas águas poluídas da Baía da Guanabara pelo secretário estadual de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, André Corrêa. O factóide aconteceu para refutar uma reportagem da semana passada, constatando que não sairá do papel a prometida despoluição da baía para a Olimpíada de 2016.

O Fantástico fez questão de frisar que a "autoridade" escolheu cuidadosamente o local e o horário para dar o mergulhinho: um ponto junto à entrada da Baía, onde a corrente é mais forte, e durante a maré cheia, quando a água limpa do oceano está entrando. Corrêa nem foi original. Repetiu um factóide do então governador fluminense Chagas Freitas, no começo da década de 80, quando deu um mergulho no Rio Paraíba do Sul, em Campos dos Gpoytacazes (RJ), para vender a imagem de que a sujeira não era tanta por lá. Até hoje, a imundície só se agravou...

Concebido no distante ano de 1992, como marketagem para a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro (a Rio 92), o PDBG (Programa de Despoluição da Baía da Guanabara) só torrou bilhões de dólares, que pegamos emprestados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Agência de Cooperação Internacional do Japão. 
O PDBG é um atestado do subdesenvolvimento e da falta de vergonha na cara dos políticos brasileiros e do nosso próprio povo - que nada cobra das autoridades, mas faz ocupações irregulares, suja rios e mananciais e despeja toneladas de lixo em canais que desaguam na poluída baía.

O PDBG, com certeza, enriqueceu muitas empreiteiras e colaborou, indiretamente, com o financiamento milionário de muitas campanhas eleitorais, ao longo de mais de 20 anos. Seus resultados são dignos de uma hecatombe ou de um tsunami de sujeira. 
Trata-se de um espetáculo de falta de planejamento - que deveria ser motivo de uma Ação do Ministério Público Estadual e Federal no Rio de Janeiro (mas os promotores preferem prevaricar, se omitir e nada fazer contra os irresponsáveis por tanta sacanagem. 
O PDBG construiu gigantescas estações de tratamento de esgoto. O problema é que a ligação até elas, via redes coletoras, praticamente não saíram do papel. Além disso, com o crescimento populacional desordenado e criminoso no fundo da baía, a sujeira se ampliou geometricamente.

O incansável biólogo Mario Moscatelli, que monitora diariamente as bacias cariocas e a Baía de Guanabara, atribui a poluição à falta de unidades de tratamento de lixo. Após a implantação dessas estruturas, não haveria mais despejo de novos dejetos nos sistemas lagunares: 
"Uma estratégia que pode ser realizada a curto prazo é a blindagem de quilômetros de rios que se transformaram em esgoto. As unidades de tratamento de lixo bloqueariam a contaminação do sistema lagunar. Depois destas instalações, viriam medidas mais amplas, como a dragagem da Bacia de Jacarepaguá e a remoção de lixo na Baía de Guanabara, concentrada em sua região mais poluída — os litorais de Duque de Caxias, Rio, São Gonçalo e Niterói".

Quem é o grande culpado por tudo de errado que acontece no Brasil, de forma historicamente cumulativa? É o Lula? É a Dilma? É o FHC? É o PQP? Ou seria o FDP?

A resposta mais correta é: a culpa é nossa!

Da omissão irresponsável e criminosa de cada cidadão incapaz de se unir para cobrar a solução de um problema pontual, causado pela nossa própria falta de educação e mentalidade subdesenvolvida. Os políticos fazem o que querem, e o Estado abusa completamente de nós, porque somos coniventes.

Se tal postura não mudar, o Brasil será sempre uma linda baía da Guanabara cheia de lixo e esgoto.

O lamentável é que tudo que não acontece de bom por lá é o retrato idêntico ao que ocorre no resto do Brasil, um desastre em termos de saneamento básico e respeito ao meio ambiente.

Leia, abaixo, o artigo de Antônio Ribas Paiva: O Monopólio da Água

Releia: Onde está sua Honestidade, $talinácio?


Hora do Ajuste

Vem aí o apertão do Levy, em prol dos banqueiros e do Estado perdulário e corrupto, mas a reação contra eles será a de sempre: zero...

Assim, quem mama na teta continuará numa boa, como sempre esteve...

Fugindo das vaias


Como a vaca do desgoverno já foi para o brejo, o melhor é não aparecer em eventos públicos, para não experimentar vaias e xingamentos...

Recordes de roubalheira


E a reação contra as sacanagens continua pequena, quase nula, beneficiando os ladrões do dinheiro público...

Vamos para casa



Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

04 de maio de 2015
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

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