Por favor, não se compare: Sou da época em que manifestante era preso, diz Dilma - TV UOL
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O energúmeno tem um imenso complexo de inferioridade e rejeição. Todo energúmeno. Sendo assim, gostaria muito de ser aceito pelo grupo. Quando não é, parte para a ignorância e para a truculência, exigindo os direitos que não tem. O energúmeno gostaria de ser unanimidade. Como nunca é, parte para o enfrentamento, querendo quebrar a banca.
O energúmeno gostaria de ganhar a eleição, na tal de democracia. Quando não ganha, vai na roubalheira mesmo. O energúmeno gostaria muito que suas ordens não fossem questionadas. Maldita lei da gravidade, que não pode ser revogada. O gênio transcende a lógica; o energúmeno a conspurca. Tal como um boi na cristaleira, o energúmeno não se dá conta do estrago que faz quando entra, nem do alívio que causa quando sai. Acha isso bonito.
O energúmeno gosta de dar ordens. Todo mundo caçoa do energúmeno em suas costas, mas de frente ele é imbatível. Como todo bom energúmeno, a linguagem que ele usa é ininteligível, as figuras de linguagem são toscas e as metáforas, vagabundas. O energúmeno não tem tempo de pensar direito, mas adora pensar torto. Eleitos presidentes, os energúmenos perdem o senso do ridículo.
Acham que o povo que é coxinha, que panelaço é manifestação gourmet e que a fome foi extinta lá no Fome Zero. Mentem e acreditam, pois foram doutrinados desde sempre que só a mentira elevada ao status de mantra, cria pernas e voa. O energúmeno nunca cabe no lugar que a ele foi destinado; sempre sobra alguma coisa, algo que não se encaixa, que não funciona, um teleprompter que não anda e uma vaia mal calculada na parada.
O energúmeno pensa que é gente. Até parece, mas sua natureza cascuda logo aparece com duas ou três frases de sua lavra maldita. Exemplo: tive um parente que quase morreu afogado no rasinho, anos atrás. Era do interiozão de São Paulo e queria porque queria andar de caiaque, que era coisa nova na época em que se passou o acontecido. Acontece que o figura era dono de uma anca avantajada, desproporcional ao corpo.
Ao se enfiar com força e com vontade no caiaque alugado, entalou a buzanfa, mudou o centro de gravidade do conjunto e não conseguiu mais sair. A onda ridícula que lambeu a embarcação emborcou o troço com ele dentro, que mergulhou a cara no rasinho e começou a se afogar brincando. O cara responsável pelo aluguel das canoinhas nunca tinha visto algo como aquilo, sem saber se tirava o cara pesadão da água ou morria de rir, enquanto seu cliente morria mesmo era afogado.
Resultado? Não tem caiaque do seu número não, amigo. Tente uma caravela, da próxima vez. Pois é. Os caras bem que tentaram manchar de vermelho esta sexta-feira 13 de amor bandido ao bando de vigaristas com mandato, da seita dos picaretas. Energúmenos que são, contavam com uma manifestação monstro. Ficaram só no monstro. Tirando os agraciados com o kit mortadela, tubaína e vale transporte, não sobraram defensores, no exército dos carcamanos, para lotar uma kombi.
E todo mundo juntinho, para sair bem compacto na foto. Tudo isso com direito a link ao vivo no canal de notícias da platinada, aquela que vai ensinar hoje à noite o brasileiro a ganhar menos e ser mais feliz assim mesmo. O energúmeno subalterno foi chamado pelo energúmeno chefe com urgência:
— Venha ao meu gabinete, imediatamente.
— Chamou, chefa?
— Sim, meu querido. Não têm lá no seu canal aqueles efeitos especiais de multiplicar gente? Porque vocês não usam, nas cenas da nossa passeata? Preciso lembrar pra vocês que, quando o BNDES for estourado, sua pendura lá também vai aparecer? Melhor você cuidar dessas imagens. Provou a mortadela? Tava fresca? Tudo o que eu não quero é mais uma dor de barriga na minha militância. Já chega esta, que eu estou tendo agora. Dia 15 vocês não podem escalar o Titanic, na programação? Tem três horas de duração. Dá pra afundar outra coisa? Aquele franguinho que morre no final na minha sopa era um caldão. Ele tem telefone?
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16 de março de 2015
Vlady Oliver, Coluna do Augusto Nunes - Veja Online
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