"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

UM ESTRANHO BANDIDO PERMANECE POR 30 ANOS NO CARGO DE GERENTE!!! UM FATO NOTÁVEL...

Ex-diretor da Petrobras diz que Paulo Roberto Costa é um bandido que exerceu cargo de gerência por 30 anos


Guilherme Estrella fala a uma plateia de petroleiros
 
Diante de uma plateia de petroleiros no Rio de Janeiro, o ex-diretor da área de Exploração e Produção da Petrobrás Guilherme Estrella se posicionou nesta quarta-feira, 10, pela primeira vez sobre as denúncias de corrupção na estatal, que já levaram à prisão do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa. “É um bandido que exerceu por 30 anos cargo de gerência”, disse. “Nas famílias ou mesmo nas instituições religiosas, tem gente boa e gente ruim. O Paulo Roberto é um bandido, que foi denunciado por este governo.”

Em tom de desabafo, Estrella afirmou que o esquema de corrupção investigado na Petrobrás não teve origem no governo comando pelo PT e defendeu a reeleição da presidente Dilma Rousseff para o crescimento do investimento no setor de petróleo. “Vocês estão pensando que roubalheira na Petrobrás só aconteceu nesse governo?”, questionou à plateia do seminário Modelo Energético Brasileiro.
Sobre o caso da refinaria Pasadena, cuja compra por cerca de US$ 1,2 bilhão é investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e motivou a criação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) no Congresso, Estrella repetiu o argumento da presidente Dilma Rousseff, de que o resumo técnico apresentado para balizar a compra da refinaria era falho.
 
CLÁUSULAS
 
Segundo ele, não foi dada “ênfase” nas cláusulas de put option (que obrigou a compra dos 50% de participação da Astra Oil pela Petrobras, em caso de desavença entre as sócias) e Marlim (que previa rentabilidade mínima de 6,9% à Astra) e que, de acordo o TCU, causaram prejuízos à estatal.
 
Assim como Dilma, que presidia o conselho de administração da estatal, Estrella não negou a existência das duas cláusulas no parecer jurídico sobre as condições do contrato entre as duas empresas. Sem citar o nome do então diretor da área Internacional, Nestor Cerveró, responsável pelo projeto, ressaltou, contudo, que faltou “ênfase” na apresentação das condições do negócio.
 
Para Estrella, da forma como foi apresentado o projeto, ele se enquadrava adequadamente ao plano estratégico da companhia de ampliar a produção de óleo diesel, em um momento em que o consumo do combustível crescia na mesma proporção em que a economia se desenvolvia.

A escolha por adquirir a refinaria nos Estados Unidos teve ainda, segundo ele, o propósito de tornar mais rentável os negócios no exterior, já que, em vez de exportar a matéria-prima, o petróleo bruto e pesado, de pior qualidade que o brent do Golfo do México, a companhia escolheu utilizar o óleo para produzir combustível, com mais possibilidade de retorno financeiro, sobretudo no país que é o maior consumidor mundial.
 
FUTURO
 
Por cerca de quatro horas de evento, Estrella foi o centro dos questionamentos sobre o futuro da Petrobrás e do pré-sal com uma possível mudança na política brasileira, caso a candidata pelo PSB à presidência da República, Marina Silva, seja eleita.
Filiado ao PT e funcionário de carreira da estatal por quase 50 anos, Estrella enfatizou por todo o tempo a necessidade de manter a atual presidente Dilma Rousseff no cargo para o desenvolvimento do setor petróleo no País.
 
A opinião do ex-diretor é que, apesar da crise econômica mundial de 2008 ter “atropelado” o crescimento do Brasil, o PT, desde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva trouxe soberania à Petrobrás, em contraposição ao que ele enxerga como tendo sido o plano do PSDB, na época de Fernando Henrique Cardoso, de restringir em 40% a participação da Petrobrás nas operações de exploração e produção de petróleo e gás.

12 de setembro de 2014
Fernanda Nunes
Estadão

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