"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

DÁ PARA DESCONFIAR...

São mais de 60 acusados, inclusive governadores e ministros, e nenhum deles processa Paulo Roberto Costa   


Um ditado jurídico diz que, quando dois brigam, quem sai ganhando são os advogados. Outro ditado afirma que pessoas de bem só brigam através da Justiça. Pois já se passaram vários dias e até agora nenhum dos acusados decidiu processar o denunciante Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras.

É muito estranho, não acham? Até agora, apenas saíram algumas “notas oficiais”, partindo de políticos como Sérgio Cabral, Roseana Sarney e Edison Lobão. A nota mais consistente, já mencionamos aqui, foi do senador Ciro Nogueira, do Piauí, presidente nacional do PP, partido que Paulo Roberto Costa representava na Diretoria da Petrobras, na partilha feita pelo governo do PT para repassar recursos para a base aliada na primeira gestão de Lula.

NOMES E MAIS NOMES

No documento obtido pela “Veja”, Paulo Roberto Costa cita pelo menos 25 deputados federais, 6 senadores, 3 governadores, um ministro de Estado e pelo menos três partidos políticos (PT, PMDB e PP), que teriam tirado proveito de parte do dinheiro desviado dos cofres da Petrobras.

Depois, outros papéis obtidos pela “Folha de S. Paulo” mostram que a lista de políticos teria no total 12 senadores e 49 deputados federais. Mas o jornal não teve acesso ao documento que cita os nomes dos parlamentares.
 
Entre os envolvidos estão o ministro Lobão (Minas e Energia), o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Romero Jucá (PMDB-RR) e os deputados Cândido Vaccarezza (SP), João Pizzolatti (PP-SC) e o ex-ministro Mário Negromonte (PP).
 
Entre os governadores, o ex-diretor cita o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto no dia 13 de agosto em um acidente aéreo em Santos (SP).
 
CADÊ A INDIGNAÇÃO?
 
Tanta gente envolvida, mas não se vê as violentas manifestações de repulsa e indignação que seriam de se esperar, caso as acusações fossem irreais, como alegam as “notas oficiais” e as rarefeitas declarações de alguns outros acusados, enquanto a grande maioria permanece escondida sabe-se lá onde.
 
Quanto falamos aqui na Tribuna da Internet que a nota mais consistente foi do presidente do PP, Ciro Nogueira, estamos baseados apenas no fato de que o senador do Piauí se oferece para abrir mão de seus sigilos. Apenas por isso. Mas falta cotejar as alegações do senador e as acusações do ex-diretor Paulo Roberto Costa. E é aí que mora o perigo.
 
Na minha avaliação, as acusações acabarão por se mostrarem reais, porque não há indignação nas reações dos políticos supostamente envolvidos. Além disso, falta uma resposta do principal acusado, o ex-presidente Lula. Mas ele anda meio sumido…

12 de setembro de 2014
Carlos Newton

Nenhum comentário:

Postar um comentário