"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

NA RETA FINAL, DEBATES DA CNBB E DA GLOBO DEFINEM PRIMEIRO TURNO

 

Estamos muito próximos da reta final do primeiro turno para as urnas de 2014: faltam menos de três semanas. Por isso mesmo, adquirem importância fundamental os debates da CNBB, realizado na terça-feira 16, e o da Rede Globo marcado para a noite de 3 de outubro, quarenta e oito horas antes do voto que vai definir quais candidaturas vão para o segundo turno, projetado para o dia 26, três semanas após o resultado inicial do confronto que reúne nada menos de onze postulantes. Dos onze, apenas três ganham relevo.

Dos três – Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves – dois vão para a etapa final de acordo com o Ibope e Datafolha, a luta pelo Planalto será entre Dilma e Marina. Aécio vem registrando 15 pontos, muito distante tanto de Dilma quanto de Marina.

Mas esta é outra questão. O problema essencial é o debate livre de ideias e posicionamentos em torno das questões de maior importância, a começar pelo combate à pobreza, origem de uma série de problemas que se irradiam pela sociedade. Flávia Marreiro e Fabiano Missonave, edição de 15 da Folha de São Paulo, publicaram reportagem a respeito do debate convocado pela CNBB. Além do combate à pobreza, mais dois temas foram destacados: o aborto e o casamento gay.

Flávia e Fabiano destacam que as opiniões dos três principais candidatos são convergentes: contra o aborto, restringindo-o aos casos legalmente admitidos; contra o casamento de pessoas do mesmo sexo, porém admitindo a união estável nos termos da decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o assunto, reconhecendo sua legitimidade, mas não a forma de casamento civil. O casamento religioso é impossível, já que todas as igrejas recusam-se a aceita-lo e portanto celebrá-lo.

Os debates são eleitoralmente importantes pela repercussão que acarretam. No caso promovido pela CNBB, a entidade exige que os candidatos assumam compromissos contra a ampliação da lei nas hipóteses de aborto, contra o casamento gay e contra a liberação das drogas. Não será difícil aos três candidatos de melhor pontuação aceitarem tais princípios  Até porque coincidem com aqueles que vêm expondo em suas campanhas. Escrevo este artigo na segunda-feira para ser publicada na Tribuna da Internet na quarta-feira. O debate da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil ocorreu na véspera. O clima não deve ter sido de confronto direto.
 
CONFRONTO DIRETO SERÁ NA GLOBO
 
Clima de confronto direto e atmosfera tensa vão marcar, isso sim, o debate promovido a 3 de outubro pela Rede Globo. A troca de ataques entre as duas principais candidatas deve ocorrer dentro das regras estabelecidas. Sobretudo em face dos ataques já desfechados pela presidente e por seu partido, o PT, contra a candidata do PSB. O duelo não deverá ser evitado, sobretudo porque, é evidente, o desfecho do primeiro turno poderá vir a influir nos rumos do segundo.

Pela força e penetração do canal na opinião pública, os confrontos divulgados por seu intermédio, dependendo do desempenho de cada um, podem atingir em cheio os eleitores, gerando nos últimos dias de distância das urnas o entusiasmo que vem faltando a campanha eleitoral.
 
Ao contrário do que acontecia antigamente quando as ruas eram tomadas pela presença de um entusiasmo característico da luta pelo voto, emoção que desapareceu do programa eleitoral. Hoje, a campanha está praticamente restrita aos horários de televisão e aos debates que são capazes de despertar a emoção do eleitorado, entusiasmo adormecido com o passar do tempo e a repetição de promessas que não se cumprem.

19 de setembro de 2014
Pedro do Coutto

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