Ao que tudo indica, o Ibope, fornecedor oficial de pesquisas do Palácio do Planalto, com quem tem contratos que chegam a R$ 4,2 milhões, vai usar o velho truque de sempre: diminuir os brancos, nulos e indecisos, distribuindo um pouco para cada candidato, mas sempre um pouco mais para o cliente que está pagando. Neste caso, o Governo Federal e a sua candidata que tem a chave do cofre, Dilma Rousseff. A pesquisa será divulgada hoje à noite.
Anotem aí para comparar.
Em 2 de abril o Datafolha fez uma pesquisa que apontou 19% de votos brancos-nulos-nenhum e 6% de indecisos. Total: 25% dos eleitores sem candidato ou decididos a não votar em ninguém.
Em 10 de abril, o Ibope realizou o seu levantamento. E detectou 37% de eleitores que votariam em branco- nulo-nenhum, além de 13% de indecisos.
Novamente, em 7 de maio, o Datafolha foi a campo e trouxe dados bem parecidos com a sua pesquisa de abril: 16% de brancos-nulos-nenhum candidato e 7% de indecisos. O patamar ficou, na margem de erro, dentro dos mesmos 25% da pesquisa anterior.
Percebam que há uma brutal diferença entre Ibope (37% dos eleitores sem escolher ninguém) e Datafolha (23% de eleitores sem escolher ninguém).
O que deverá acontecer hoje, seguindo a velha prática do Ibope? O instituto vai reduzir os brancos-nulos-nenhum para o patamar do Datafolha. O mesmo ocorrendo com o percentual de eleitores que não votam em nenhum candidato. E vai fazer Aécio subir, Campos subir e Dilma subir. O objetivo desta pesquisa financiada pelo Governo Federal é um só: mostrar que não vai haver segundo turno. Que Dilma parou de cair. Cresceu. Este é o job que o Ibope recebeu do Palácio do Planalto. É óbvio que vai cumpri-lo.
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