"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

CEMITÉRIO DE PROMESSAS

               DO "TREM-BALA PARA O JEGUE-BALA


Dilma Rousseff caminha para o fim de seu mandato sem nenhum grande empreendimento concluído para mostrar. 

Outrora vendida ao país como “mãe do PAC”, 

a presidente faz vistorias, inaugura pequenos trechos, 

lança pedras fundamentais e faz pose para câmeras de TV.
 
Mas obra pronta mesmo que é bom, nada. 
 
É o padrão Dilma de eficiência e gestão mostrando (ou deixando de mostrar) seus resultados.


Quando estreou como aposta de Lula para sucedê-lo, Dilma Rousseff foi batizada “mãe do PAC”. Seria, segundo a propaganda petista, o suprassumo da eficiência, capaz de promover a “aceleração” do país. Na mitologia, fazer acontecer era com ela mesma. Na realidade, seu governo lega ao país um cemitério de promessas não cumpridas e obras inacabadas.


Dilma caminha para o fim de seu mandato sem nenhuma grande obra concluída para mostrar. A presidente faz vistorias, inaugura pequenos trechos, lança pedras fundamentais. Faz pose para câmeras de TV. Mas obra pronta mesmo que é bom, nada; é um deserto.
 
Os exemplos se sucedem. 
E até mesmo as parcas realizações acabam por ressaltar os muitos fracassos. Nesta semana, a presidente anuncia que irá a Goiás e Tocantins inaugurar um trecho da ferrovia Norte-Sul. Trata-se, com razão, de uma das obras mais aguardadas do país.

Por isso, espera-se que agora seja para valer. 
E não mais um teatrinho para produzir imagens para campanha. 
Quem acompanha o dia a dia da administração federal deve se lembrar que, ainda no governo Lula, o mesmo trecho que Dilma agora entrega – entre Palmas e Anápolis – foi inaugurado pelos petistas. 
Será que agora também é de mentirinha? 
Tem risco.


Segundo O Globo, neste ano a obra não vai ter impacto nenhum no transporte de cargas do país. A ferrovia está incompleta. 
“Não tem pátio intermodal, não tem onde conectar”, resume Rodrigo Vilaça, presidente da associação dos transportadores ferroviários. 
Nem trilho para assentar o governo do PT consegue comprar, informou O Estado de S. Paulo no domingo.

Também não há, ainda, conexão entre a Norte-Sul e o porto de Barcarena, no Pará, que continua a ser feita por caminhões. 
O trecho ao sul, até o estado de São Paulo, também está atrasado: 
prometido para 2009, só vai ficar pronto seis anos depois – isto se a promessa atual for mesmo cumprida. Não se sabe sequer quem irá operar o transporte de cargas na ferrovia porque a eficiente Dilma postergou a definição deste detalhe.

 “Em ano eleitoral, o governo tem pressa em inaugurar a obra, mas só na segunda-feira passada convocou as empresas interessadas em operar a linha”, informa O Globo.


A Norte-Sul não é caso isolado. Todas as principais do PAC continuam no papel. 
É o caso da transposição das águas do rio São Francisco, da ferrovia Transnordestina, 
da refinaria Abreu e Lima,
do Comperj,

das BRs 101 e 163,para ficar apenas em exemplos que o próprio governo classifica como prioritários e lhes dá o selo de “estruturantes”.

Pior que não terem ficado prontos, os empreendimentos subiram muito de preço. Segundo o Valor Econômico, o valor total de 12 grandes empreendimentos encareceu R$ 42,7 bilhões desde dezembro de 2010. Trata-se de alta de 32%, bem acima da variação da inflação no período.

São muitas as explicações, mas nenhuma a justificativa: 

inépcia administrativa, 
falta de planejamento, falta de projetos, 
desordem orçamentária, 
centralização excessiva, contingenciamento de recursos
– e diversos outros motivos que fogem à compreensão de administradores sérios. 
Mas podemos chamar isso de “custo do padrão Dilma de gestão”.

Diante de sua parca carteira de realizações, Dilma dedica a maior parte de suas jornadas de trabalho a entregar diplomas de ensino, 
máquinas para prefeitos e moradias aqui e acolá. 
Não são ações desimportantes. 

Mas não passam nem perto dos compromissos que, quando eleita, a petista se propôs a cumprir.
 
  Instituto Teotônio Vilela
22 de maio de 2014

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