"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 2 de março de 2014

PICHAÇÕES DE CUNHO POLÍTICO E CONTRA A COPA SE ESPALHAM EM BELO HORIZONTE

 

Pichacoes e grafites com cunho politico

 
Embora as pichações pareçam ser uma prática atual, as primeiras manifestações em muros e paredes públicas foram registradas ainda no ano de 79 d.C., em Pompeia, cidade do Império Romano. Já naquela época, os romanos usavam os escritos para protestar contra os governos.
Com o passar do tempo, os pichadores se proliferaram em grandes cidades, e em muitos lugares, inclusive no Brasil, as manifestações de cunho político deram lugar a uma demarcação de território que explicita a competitividade entre grupos rivais.
No entanto, em Belo Horizonte, os protestos de junho de 2013 trouxeram de volta as pichações como forma de manifestação social e de crítica política, com enfoque no combate à realização da Copa do Mundo no país e nas reclamações contra os governantes.

Pelos principais corredores da cidade, se espalharam as pichações contra a Federação Internacional de Futebol (Fifa) e os governos. Sob os viadutos ou em espaços particulares, as palavras de ordem revelam um novo foco da ocupação urbana. Hoje, a pichação “tradicional” divide espaço com essa nova tendência.
A avenida Antônio Carlos, por onde seguiam os protestos de junho, concentra a maior parte da pichações políticas na cidade. No corredor, um contêiner da construtora que toca as obras do Move (nome dado ao BRT, sigla em inglês para transporte rápido por ônibus), foi alvo dos protestos. “Fifa go home (em português: Fifa, vá para casa)”, diz uma das pichações.

PREFEITO E DILMA
O prefeito Marcio Lacerda e a presidente Dilma Rousseff também são alvos. No viaduto Santa Tereza – que liga o centro da capital e o bairro Floresta, ambos na região Centro-Sul –, recentemente ocupado pelos movimentos sociais nascidos em junho, as palavras de ordem contra o prefeito se destacam. “Fora Lacerda” é a frase mais vista nos tapumes que recobrem a área inferior do viaduto, que passa por obras de restauração. Nem mesmo a fachada histórica da Serraria Souza Pinto escapou da “ação política” dos pichadores.
A profusão dos escritos chamou a atenção do servidor público Marcus José Lacorte, 54, que parou por alguns minutos para ler as manifestações expressas nas pichações. “A manifestação política é legítima, mas a pichação, não. Se fosse no muro da minha casa, eu não iria gostar”, avalia.

CRIME
O delegado titular da 2ª Delegacia de Meio Ambiente, Aloísio Daniel Fagundes, faz um alerta aos pichadores. “Pichar, mesmo que com cunho político, é crime incluso no Artigo 65 da Lei 9.605/1998. Dá pena de três meses a um ano de prisão. Se o bem pichado for tombado pelo patrimônio histórico, a pena dobra”, diz.

02 de março de 2014
Rodrigo Freitas
O Tempo

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