"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 10 de março de 2014

GAFES


RIO DE JANEIRO - Gafes pululam no noticiário. O papa Francisco cometeu uma em sua última fala na janela do Palácio Episcopal, no Vaticano. Querendo dizer "caso", pronunciou "cazzo", que não soa bem numa homília. Sua Santidade logo se corrigiu, mas as redes "sociais" espalharam o lapso. Ora, o Papa pode ser infalível, mas só em questões de Estado, como em suas conversas particulares com são Pedro. Ao falar para as massas, ele tem direito a deslizes.

Muito menos santo, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, também tropeçou há pouco na própria língua, ao referir-se em discurso a uma multiplicação de pênis ("penes") quando queria dizer de pães ("panes"). Devido à situação de seu país, os venezuelanos se assustaram com a primeira hipótese --já se consideram bastante sacrificados.

Em São Paulo, há dias, três catadores de meleca roubaram o smartphone de um publicitário. Horas depois, tiraram "selfies" à vontade com o aparelho, sem saber que a vítima usava um serviço on-line que guardava as fotos tiradas de seu celular e que ele podia acessar de seu computador. Ao entrar nesse porta-arquivos, o homem encontrou as fotos dos ladrões posando idiotamente para a câmera. Baseado nelas, a polícia pode chegar a eles.

Uma gafe significativa foi a da faxineira que, há duas semanas, destruiu uma obra de arte no valor de 10 mil exposta numa galeria de Bari, no sul da Itália. A obra constava de pedaços de jornal e de papelão e de restos de biscoitos espalhados pelo chão. Sem entender a proposta da "instalação", a moça varreu tudo para o lixo. Faxineira e artista preferiram ficar anônimos.

E, finalmente, há um mês, em Bagdá, no Iraque, um instrutor de homens-bomba detonou sem querer um explosivo e matou 22 de seus alunos. Pena. Mas, como eram terroristas-suicidas, apenas foram para o céu mais cedo.

10 de março de 2014
Ruy Castro, Folha de S. Paulo

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