"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Torcedores, uni-vos!
Como diria o bom Capitão Nascimento: "Senta o dedo, 01"...

 
Torcedores, uni-vos! Eis a frase justa e perfeita para começarmos a redação do “Manifesto Capimunista”. Cabe como uma luva de goleiro no ano da “copa das copas” – no qual o ópio popular do futebol vai nos entorpecer. O chavão também serve, direitinho ou esquerdinho, para resumir as aventuras e desventuras dos brasileiros em mais um ano eleitoral – no qual o conflito ideológico tende a nos colocar no mesmo nível de fanáticos torcedores.
Holigans-eleitores, uni-vos! O sistema Capimunista tupiniquim tende a sofrer transformações. No entanto, a mudança é apenas uma farsa, para que tudo continue como dantes no inferno do Dante. O modelito de Estado Autoritário de Direito não tem previsão de deixar de vigorar. Da mesma forma como tende a ficar inalterado o esquema de dirigismo estatal da atividade econômica, em uma cínica parceria público-privada (na qual os políticos galinhas entram com o ovo e o povo porco participa na forma de bacon).
A discussão ideológica tem o mesmo efeito de um profundo debate intelectual sobre temas que despertam paixões. Basta ver como é inútil discutir futebol, religião, política e sexo. O conflito do debate leva a lugar algum. Só gera tensão entre as pessoas. E tende a uma radicalização que pode acabar em violência. Mas, também, pode produzir um “consenso”: “Ok, é isso mesmo... Quem sabe você não tem razão... Não vamos brigar... Vamos ter tolerância... E tudo bem...”. O teatrinho social funciona assim. Viva a “Era da Esperteza”!
Repleto de milhões de ignorantes (pessoas que não sabem ou preferem não tomar conhecimento daquilo que teriam obrigação de saber), o Brasil é o lugar perfeito para um laboratório de safadezas ideológicas. Nossa “torcida” está sempre pronta a perder tempo com discussões inúteis. Nossos pretensos intelectuais adoram jogar tempo fora discutindo um emaranhado de ideias fora do lugar. Nossos políticos e juristas fazem o mesmo. Alguns se superam nesta arte escatológica.
Os advogados dos mensaleiros nos proporcionaram, semana passada, no Supremo Tribunal Federal, durante a defesa dos embargos infringentes, uma aula de Gramscismo. O fantasma do professor italiano Antônio Gramsci, revolucionário marxista, deve ter baixado lá no STF. Os causídicos fizeram a releitura cínica que Gramsci fez da obra de Maquiavel. E a maioria de ministros do STF tende a embarcar no engodo ideologicamente fabricado.
Gramsci definiu em suas obras (a maior parte delas escrita na cadeia, com a permissão do fascista Benito Mussolini) que o “Partido Político” seria o “Príncipe Moderno”. Os advogados dos mensaleiros pregaram que seus clientes não cometeram crime de formação de quadrilha. Na verdade, segundo os geniais causídicos, eles se uniram para trabalhar por um partido que está há 12 anos no poder, onde foi colocado pelo povo. Conforme tal cinismo gramscista, não podem ser culpados individualmente por crimes cometidos, já que agiram em nome do coletivo partidário.
O Partido Revolucionário cumpre um papel bem definido. Estudar a civilização ocidental e organizar seus militantes para destruí-la. Este era o objetivo inicial dos pensadores da Escola de Frankfurt – suposto Instituto para Pesquisa Social, que é a base do pensamento cultural da autoproclamada “esquerda”. Eles implantaram o Marxismo Cultural com esta finalidade. A Teoria Crítica da Sociedade tem o objetivo essencial de “criticar para destruir”. A ideologia é a arma. Seu papel é disparar palavras e ideias para modificar o senso comum. Puro jogo de marketing.
O plano é bem simples. Se a cultura ocidental caísse, na visão ideológica de seus formuladores, uma Nova Ordem seria implantada. A base seria o comunismo, o socialismo Fabiano ou a tal social democracia. Curioso é que a mesma tese serviu para o nazi-fascismo. O objetivo final é o Totalitarismo Social. Nada como um Governo Mundial para gerenciar o mundo de modo mais fácil e direto.
O pensamento marxista revolucionário e seu primo fascista pregam que não existe verdade. Existe, sim, propaganda. O que for dito, de forma repetida, incansável, será aceito pela massa, pela sociedade. Assim, tudo é relativo. Tudo pode ser transformado em pretensa verdade ou suposta mentira. Basta que o discurso assim o proclame. A ideocracia funciona assim, formulando “pensamentos únicos”.
As ideologias são usadas pelos controladores sociais de plantão como meros instrumentos para conquista, manutenção ou aumento de poder. A tática consiste em formar supostos consensos. Por tal princípio, todos devem sempre concordar com a maioria. Mesmo quando o forçado consenso se origina de uma minoria que, ativa em propaganda, consegue o triunfo de sua vontade, impondo-a goela abaixo de toda a sociedade. O tempo passa, o tempo voa, e tudo que foi antes imposto acaba sendo absorvido e repetido pela massa. 
 
O pensamento “politicamente correto” nada mais é que essa simplificação propagandeada de uma mensagem ideológica. Sua serventia consiste em moldar e padronizar atitudes e comportamentos. Assim, as posturas originalmente individuais são substituídas por argumentos coletivos. Por isso, a individualidade precisa ser neutralizada em nome do suposto interesse maior de uma coletividade inventada.
 
A democracia, um valor ocidental, vem sendo destruída assim. Originalmente, Democracia é a segurança do Direito, através do exercício da razão pública. Sua base é a legitimidade. Legítimo é tudo que favorece o interesse público, ao mesmo tempo em que respeita os direitos individuais. Sem tal pressuposto, uma lei pode não ser “legítima”. 
 
O coletivismo detona a democracia, precisamente, em sua essência. Primeiro, deturpa-se o conceito original de “interesse público”. A propaganda impõe interesses de grupos hegemônicos como se fossem as únicas “verdades” a serem seguidas. Assim se elaboram leis sem legitimidade. Elas são elaboradas pela “maioria parlamentar” (eleita pela maioria popular) para serem compulsoriamente aceitas por todos.
Resumindo a opereta: as ideologias são a representação das ordens padronizadas, impostas à sociedade, refletindo interesses de um grupo hegemônico. As ideologias representam grande e pura perda de tempo. Seu debate leva a lugar nenhum. Mas serve para gerar e acirrar conflitos – internos (no ser humano) e externos (na sociedade).
Agora deu para entender o que acontece na Argentina, na Venezuela, na Ucrânia, no Brasil e no raio que o parta?
Se não deu, não esquenta... Você tem duas opções cínico-salvadoras. Compre ingressos para a copa do mundo, de preferência naquela arquibancada do estádio que pode cair... Ou vote em Satanás para o governo do Céu, já que a concorrência desleal não permite que o elejamos senador pelo Amapá ou presidente de honra do PT...
 
A Taça do mundo é nossa... Com brasileiros burros não há quem possa... Torcedores-eleitores, uni-vos! "Let´s dance" e, como está na moda musiquinha do filme Frozen, “Let it go”... Fria maior que o desgoverno petralha não existe...
Mas, antes, como recomenda o bondoso Capitão Nascimento, senta o dedo, 01...
 
Tem culpa eu?

Companheirada


Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
 
23 de fevereiro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

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