"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

CADA CABEÇA UMA SENTENÇA



Admiro e leio cada comentário com atenção. É como um diálogo mudo entre pessoas que compartilham ou não as nossas perplexidades. Este veículo tem revelado bons amigos. Cada um disposto a trocar informações e experiências de vidas únicas, de áreas diversas. Pois então é isto que faz a gente se sentir vivo: a beleza da variedade de opiniões livres. Até quando não sei.

Os valores e objetivos que aparecem na exposição de idéias são fascinantes e levam mais além. Quem está de olhos bem abertos percebe nas palavras escritas como funciona a mente que as gerou. Palavras se tornam atos, que viram hábitos, tudo junto formando o caráter, como ensina o Talmud. O mais além é o que fazer com a informação, e sempre se pode fazer alguma coisa. Ou nada fazer.

O cérebro comanda e dependendo da natureza dos conteúdos que armazena, dependendo da área afetada por alguma das técnicas de lavagem cerebral que atingem a todos, indistintamente. As ações consequentes facilitam ou dificultam novos passos para um relacionamento melhor entre as pessoas.

Nunca, jamais, em tempo algum, excetuando-se a possibilidade dos implantes que transformam pessoas em cyborgs, as possibilidades, habilidades e capacidades vão igualar as pessoas. E tem mais: cada um entende o mesmo discurso de modo diferente. Cada um espera que o outro aja de modo diferente.

Outro dia o pastor dirigente de uma destacada denominação evangélica, exortava os seguidores a votar “em pessoas, não importa o partido”. Citou outro dirigente evangélico membro do PT. Fiquei pensando que, alguém se filia a um partido levando em conta programa, sua ideologia.

Como então um cristão pode aceitar o programa de um partido ateu, que defende o aborto, que segue a máxima contrária às religiões, considerando-as “o ópio do povo”? Como um cristão pode votar nas pessoas  que representam partidos ateus, que em outras partes do mundo  onde chegaram ao poder perseguiram e proibiram a prática de todas as religiões?

O que o pregador evangélico poderia esclarecer é que, os partidos organizados para transformar as instituições tradicionais em ditaduras travestidas democratas, agem na surdina, seguindo as estratégias emanadas do núcleo duro da nova ordem econômica global. E esclarecer que os dirigentes de todos os partidos, sem distinção de cor, ideologia, marxistas e capitalistas, “esquerda/direita” dançam a mesma música e prometem as mesmas coisas, enquanto se locupletam com o dinheiro sujo da corrupção, caixa dois alimentado pelo tráfico de armas e drogas.

As fortunas que saem dos bancos para comprar votos no congresso nacional continuam financiando campanhas para as eleições. O circo está armado. E como diz um amigo, “ponham as barbas de molho” porque os poderosos dos diversos partidos que compartem as decisões, vão reagir, até violentamente, com mais violência que esta que espalharam pelas ruas, para conturbar o espírito dos cidadãos e preservar o poder sobre populações inseguras.

Quem imaginar que os movimentos sem terra, sem moradia, índios cobrando pedágios em estradas federais, presídios que são escolas de banditismo, tráfico de drogas e violência urbana, surgiram espontaneamente, está profundamente enganado pela propaganda oficial. Desconhece fatos históricos que a mídia cala, esconde para estar de bem com o poder que a alimenta.

Vivemos um período de passagem na história da humanidade. As tecnologias da comunicação cada vez mais avançadas, passam rapidamente ao domínio público. As pernas curtas das mentiras oficiais são rapidamente expostas. Já se esboçam círculos de discussão ampla, nesta era de comunicação em tempo real. Estes novos  relacionamentos sociais vão gerar os modelos institucionais futuros, enterrando sem flores, sem velas, sem cerimônia, o cadáver dos modelos institucionais vigentes, com toda sua podridão.

As crenças religiosas estivam na origem da formação do Estado. Uma nova crença poderá estar surgindo, similar àquela dos antepassados. Eles acreditavam nos deuses do lar, isto é, cada família rendia homenagem aos seus deuses particulares e à memória dos mortos da casa, que consideravam como santos protetores.

Quem sabe, no futuro cada pessoa, ou família, ou grupo profissional, seja livre para venerar seu Deus, na concepção particular de cada um, praticando uma moralidade responsável no trato com os semelhantes. Na cabeça dos mestres da juventude, estão as sementes para o futuro. Eles são os responsáveis primeiros pela informação sobre os conteúdos educacionais, formação do senso crítico e  pensamentos dos que vão dirigir as nações.

Pior é que a cátedra da maior e mais frequentada sala de aula, para todas as idades é a televisão, onde a mentira rege a informação. 

23 de fevereiro de 2014
Arlindo Montenegro é Apicultor.

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