"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 25 de janeiro de 2014

TRÊS MIL MÉDICOS E PARAMÉDICOS CUBANOS "DESERTARAM" DA VENEZUELA NO ÚLTIMO ANO

 

 

 

   Três mil cubanos, na sua maioria médicos, saíram da Venezuela nos últimos 12 meses, onde estavam ao abrigo dos acordos de cooperação entre Havana e Caracas, segundo dados revelados pela imprensa venezuelana.

“No último ano, cerca de três mil cubanos, na sua maioria médicos, chegaram aos Estados Unidos, desertando dos vários programas sociais que executam na Venezuela, o que representa um aumento de 60% com relação a 2012″, publicou o El Universal.
 
Segundo o diário de Caracas, “em território norte-americano, até ao ano passado, havia cerca de cinco mil médicos e enfermeiros cubanos, refugiados de todo o mundo. Até ao início de dezembro de 2013 este número atingiu os oito mil, 98% deles provenientes da Venezuela”.
 
Segundo o El Universal, as informações são do doutor Júlio César Alfonso, presidente de Solidariedade Sem Fronteiras (SSF), uma organização sediada em Miami, centrada em “ajudar os médicos cubanos que querem desertar dos programas sociais que Havana vende como economia de serviços por todo o mundo”.

ACORDO DE COOPERAÇÃO
 
“Na Venezuela está o maior contingente de profissionais de medicina cubana prestando serviço, graças ao acordo de cooperação assinado entre Caracas e Havana em 2003″, sublinha o jornal, precisando que, até 2012, “44.804 cubanos prestavam serviços nas sete missões (programas governamentais) sociais que começaram em 2003″.
 
“Em 2012 tínhamos cinco mil profissionais da medicina refugiados nos EUA, com ajuda federal, mas o número aumentou em 2013, chegando aos 8.000 médicos. 98% deles fugiram da Venezuela porque as condições são cada vez piores nesse país”, explica Júlio César Alfonso.
 
Segundo o presidente da SSF, “a maioria dos cubanos saíram devido aos baixos salários que recebem, porque o pagamento não chega a tempo e também porque aumentou a carga de trabalho nos distintos módulos de Bairro Dentro (programa venezuelano de assistência médica nas zonas populares) e nos Centros de Diagnóstico Integral de todo o país, o que muitos denunciam como um sistema de escravidão moderna”.
 
“Pagam aos médicos uns 300 dólares, diretamente, mas ao Estado cubano a Venezuela paga em média 6.000 dólares por cada profissional, ou seja, eles não recebem nem 10% dos benefícios económicos”, sublinha aquele responsável.

VISTO PARA OS EUA
 
Segundo o El Universal, todos os profissionais cubanos que prestam serviço no estrangeiro podem pedir um visto aos EUA no âmbito do programa Parole para Profissionais Médicos Cubanos (CMPP) criado em 2006.
 
“Depois de pedirem assistência à embaixada dos EUA em Caracas, o maior ponto de saída de cubanos continuar a ser pela Colômbia, rumo aos Estados Unidos, ainda que o Brasil se esteja convertendo numa outra rota de trânsito para a libertação destas pessoas”, afirma.

(reportagem enviada por Celso Serra)

25 de janeiro de 2014
Deu no El Universal

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