De repente, não mais do que de repente, a situação de penúria absoluta do Maranhão chegou as grandes manchetes através da selvageria de seus presídios. Ao mesmo tempo, a indiferença da corja que o governa, saltou aos olhos de todos graças a um pedido providencial de lagosta, camarão e filé mignon para abastecer a despensa da governadora, enquanto tudo mais fede a peixe podre em volta dela.
Mas, independente do silêncio criminoso do governo federal (cúmplice assumido e querido da família Sarney), ou da gritaria desproposital da imprensa nacional e internacional (já explico lá embaixo). A pergunta que não quer calar é: “Qual é a novidade?”
O Maranhão está sob o domínio da corja há meio século. Eles não provocaram nenhuma revolução armada, não tomaram o poder no tapetão ou mesmo meteram o “pé na porta” do Palácio do Governo e gritaram: “Isso aqui é meu”.
A corja é eleita e reeleita há mais de cinquenta anos pelo povo maranhense que é cúmplice ativo de suas roubalheiras e de todas as suas mazelas. Principalmente nos últimos dez anos, em que a permanência da corja é comprada com régias parcelas do Bolsa Família, o auxílio escravizante criado para assegurar a permanência do PT e seus aliados no poder pelo maior tempo possível.
Como toda política social do governo federal, é muito melhor para os políticos que os pobres recebam esmolas infinitas em programas sociais sem qualquer porta de saída, do que possam caminhar e evoluir com os próprios pés, carregando consigo suas comunidades, bairros, cidades e o próprio estado.
Afinal, pobre quando recebe estudo de qualidade, oportunidades de trabalho, boa alimentação e possui uma perspectiva de futuro; adquire o péssimo hábito de querer mais. Para isso, o pobre desenvolve o terrível vício de pensar por si próprio, com o cérebro ao invés do estômago (como bem disse Lula ao rebater esses auxílios quando anda não estava no poder) e de discernir que algumas bondades são, na verdade, maldades disfarçadas. Pior ainda, o pobre quando chega nesse estágio tem a péssima mania de retirar do poder políticos preguiçosos e incompetentes.
Logo, qual é a novidade em assistirmos há mais de cinquenta anos, as mesmas mazelas serem praticadas no Maranhão e as mesmas caras se sucederem no poder? Afinal, mais de 60% da população maranhense vive de Bolsa Família, têm escolas “de mentirinha” e vivem afundados na mais profunda miséria. Imaginar que escravos se arrisquem a perder a fonte de comida que os mantêm vivos, sem qualquer garantia de libertação é ilusão.
Da mesma forma as decapitações no presídio maranhense não trazem quaisquer novidades em matéria de barbárie prisional.
Em São Paulo, no Rio de Janeiro e em vários outros estados da federação já ocorreram assassinatos com as mais diversas formas de selvageria. Decapitações, enforcamentos, estrangulamentos, presos incinerados vivos e por aí vai. Tudo isso berrado nas mesmas manchetes e coroado com a mesma indignação do povo cordeiro e bovino.
Nem se precisa comentar que o próprio ministro da justiça petista, o incompetente e preguiçoso José Eduardo Cardozo, já afirmou que a situação dos presídios brasileiros é calamitosa e que ele preferia levar um tiro na cabeça a ser preso.
Em qualquer governo sério uma declaração como esta representaria demissão imediata, pois é dele a responsabilidade de aplicar as verbas orçadas e promover o bom funcionamento do sistema carcerário. Sua declaração de derrota e incompetência pública seria mais do que necessária para desqualificá-lo para o cargo. Mas, como já disse, isso num governo ou num país sérios.
Assim, toda essa celeuma em torno da violência no Maranhão é apenas isso: bate-boca sem sentido e sem objetivo.
Essa conclusão é simples e verdadeira, à medida que sabemos que o governo federal não vai detonar a corja dos Sarney’s que é seu principal aliado político e detém a chave que lhes permite continuar no poder, os escravos maranhenses continuarão a eleger ou reeleger a corja dos Sarney’s ou seus filhotes e marionetes guiadas por ela. A imprensa nacional vai se calar sobre o assunto ao primeiro novo escândalo. A imprensa internacional vai esquecer "tudinho" quando a Copa chegar e os demais brasileiros continuarão suas vidas bovinas, preocupados apenas com seus próprios umbigos e só acordarão para o desastre que tomou conta do país quando esse desastre bater às suas portas.
Mas, aí já será tarde demais.
E você, o que pensa disso?
14 de janeiro de 2014
Arthurius Maximus
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