"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

PRETERIDO NA REFORMA MINISTERIAL, PMDB AMEAÇA ABANDONAR DILMA


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Irritada com a resistência da presidente Dilma Rousseff em dar mais um ministério para o PMDB, a cúpula do partido resgatou na segunda-feira uma ideia antiga: antecipar de junho para abril a convenção nacional que discutirá o caminho da legenda nas eleições presidenciais deste ano.

Na prática, a antecipação do calendário guarda uma ameaça velada: o risco de desembarque do PMDB do governo.

O Palácio do Planalto ainda vê o gesto como blefe e, ao menos por ora, duvida de uma saída drástica como essa. O partido tem cinco ministérios (Minas e Energia, Previdência, Turismo, Agricultura e Secretaria de Aviação Civil) e quer ganhar a Integração Nacional.

Em conversa preliminar na noite de segunda-feira com o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), Dilma afirmou que precisa contemplar outros aliados, como PTB, Pros e PSD, e evitar que eles migrem para o campo da oposição.
 
No encontro, a presidente disse que o PSD de Gilberto Kassab está subrepresentado, e que PTB e Pros ainda não tem cargos no primeiro escalão. Ambos ficaram de falar novamente.
Ao deixar a reunião ontem, Temer seguiu para sua residência oficial, onde se encontrou com integrantes da cúpula peemedebista para comunicá-los da posição do Planalto sobre a reforma ministerial.
 
Nos bastidores, diversos integrantes da legenda começaram a circular a proposta de antecipar a convenção partidária, alternativa enfaticamente negada pelo vice em dezembro, quando os mesmos rumores começaram a circular.
 
No mês passado, durante encontro com jornalistas, ele havia dito que, se o PMDB seguisse esse caminho, não haveria volta. À época, afirmou que a legenda não poderia antecipar a convenção, desembarcar do governo, ser atendido e, então, fazer outra convenção para voltar.
 
Ele também afirmou, à época, que tal manobra poderia custar a vice ao PMDB, o que não seria vantajoso para a sigla –e muito menos para ele.
 
CONFUSÃO
 
O clima no PMDB é o pior possível. Na quarta-feira à noite, a cúpula do partido se reunirá para tentar fechar uma posição comum. Conhecido pelo apetite por cargos, a ameaça de desembarque do governo é vista com ceticismo no Executivo. E é justamente com isso que Dilma conta.

O PMDB teria dificuldades de migrar para a campanha de Eduardo Campos (PSB-PE) à Presidência da República, diante da resistência da ex-senadora Marina Silva em receber uma legenda tida, em sua maior porção, como fisiológica. No PSDB, com a provável candidatura do senador Aécio Neves (MG), o ingresso é visto como mais fácil. O rompimento, porém, é uma decisão difícil.

Na conversa com Michel Temer, a presidente afirmou que tende a manter o PP no Ministérios das Cidades, pois não quer ver o aliado gravitando na órbita de algum dos dois principais adversários nas eleições deste ano.

O objetivo é não perder apoio de legendas hoje na base do governo. Quanto mais partidos na chapa de um candidato, mais tempo de TV esse candidato terá para fazer sua campanha. O cálculo de Dilma é justamente esse: ampliar sua hegemonia para divulgar seu programa de TV.

14 de janeiro de 2014
NATUZA NERY
TAI NALON
DE BRASÍLIA

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