"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 12 de janeiro de 2014

MAIS UM ESCÂNDALO NA JUSTIÇA

No Amazonas, maioria dos presos ainda não foi a julgamento

 
 Além da superlotação e do alto número de rebeliões nos presídios — só em 2013, foram quatro, com a fuga de 176 presos —, o problema mais flagrante no Amazonas é a ausência de juízes e defensores públicos no interior.

Essa carência contribui para o índice considerado mais alarmante pelo Mutirão Carcerário realizado pelo Conselho Nacional de Justiça no ano passado: os processos de presos provisórios (ainda não julgados) correspondem a 78%, um dos maiores índices do país. Dentro da massa carcerária do estado, de 8.870 detentos (para 3.811 vagas disponíveis), o número de presos provisórios chega a 5.418.

O relatório alerta ainda para a infraestrutura precária da Vara de Execução Penal de Manaus, onde tramitam 9.434 processos, mas há só seis funcionários para movimentá-los.

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-AM, Epitácio Almeida diz que a falta de triagem, que separa presos por tipo de crime e pena, agrava a situação:

— Um cara que furtou um celular está ao lado do homicida, isso gera violência. Vivemos as agruras de um sistema falido, que não reeduca. É um barril de pólvora, Manaus é a sexta capital mais violenta do país, ultrapassamos Rio e São Paulo.
Vice-coordenadora nacional da Pastoral Carcerária, Petra Pfaller diz que o que viu no interior do estado é o retrato do que acontece em todo o Brasil:

— Especialmente no interior, a maioria das cidades só tem delegacias superlotadas que estão virando presídios, sem condições mínimas de higiene.

12 de janeiro de 2014
Letícia FernandesO Globo

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