"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 22 de dezembro de 2013

APÓS EXPLOSÃO, SETOR AUTOMOTIVO EMPACA EM PAÍSES DO BRIC

Neste ano, pela 1ª vez em mais de uma década, venda de automóveis deve cair no Brasil, na Rússia e na Índia
 
Menor crescimento econômico, juros altos e queda na confiança do consumidor reduziram a demanda por carros
O mercado de automóveis brasileiro espelha o da Rússia e o da Índia, também integrantes do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), que se tornaram fontes cruciais de lucros para o setor automobilístico mundial.
 
Pela primeira vez em mais de uma década, as vendas de automóveis devem cair nesses três mercados neste ano.
 
A última ocasião em que o setor regrediu nesses países foi em 2001 e 2002, exatamente no período em que Jim O'Neill, então economista-chefe do Goldman Sachs, cunhava o termo "Bric", que se tornou sinônimo de investimento nos mercados emergentes.
 
"Pelos dez anos seguintes", escreveu o Boston Consulting Group em 2010, "o futuro do setor automotivo dependerá dos países do Bric".
 
A consultoria não estava sozinha. Todas as grandes montadoras ingressaram nessas nações, construindo fábricas e criando redes de suprimento e concessionárias.
A Ford concluirá em 2014 a construção de sua segunda fábrica na Índia, de US$ 1 bilhão, embora sua primeira unidade ainda esteja produzindo abaixo da capacidade.
 
Na Rússia, Renault e Nissan investiram US$ 1,75 bilhão na local Avtovaz.
 
Brasil, Índia e Rússia compraram cada um mais de 2,5 milhões de automóveis no ano passado, de acordo com a Oica, a organização setorial da indústria automobilística internacional, o que faz deles o quinto, o sexto e o sétimo maiores mercados mundiais.
 
GM, Volkswagen e Fiat detêm, cada uma, 20% do mercado brasileiro de automóveis, e a Renault-Nissan possui 30% do mercado russo.
 
Mas uma combinação entre desaceleração econômica, queda da confiança entre os consumidores e enfraquecimento do câmbio resultou em redução da demanda.
 
"Não creio que algo vá mudar drasticamente nos próximos seis meses", diz Prayesh Jain, analista automotivo da India Infoline, de Mumbai.
 
"Os problemas são macro: as taxas de juros subiram, o crescimento da renda não foi tão alto e os combustíveis aumentaram."
 
As vendas de automóveis na Índia caíram 10%, para 1,7 milhão de unidades, nos 11 primeiros meses de 2013, segundo a Associação de Fabricantes Automotivos da Índia.
 
DESÂNIMO
Na Rússia, a retração foi de 6% no mesmo período, de acordo com o AEB, o órgão setorial dos fabricantes de automóveis, devido aos custos em alta e ao desânimo dos consumidores devido ao baixo crescimento econômico.
 
Ian Fletcher, analista da consultoria automotiva da IHS, acredita que, embora um período longo de declínio possa assustar, "parecemos estar enfrentando um tropeço voluntário, porque ainda há grande potencial de motorização nessas regiões".
 
Mas a preocupação daqueles que investiram bilhões de dólares em fábricas, redes de vendas e cadeias de suprimentos nesses países é que retornos que eles imaginavam surgir muito em breve podem demorar até o final da década para se materializar.
 
22 de dezembro de 2013
DO "FINANCIAL TIMES"

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