"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

ESTADO POLICIALESCO

 
 
Não é novidade o uso nefasto que o PT costuma fazer do aparato estatal em favor de seu projeto político. Começa com a ocupação de cargos, vai até o mensalão e passa pela transformação de órgãos públicos em aparelhos partidários. O pior é quando a máquina do Estado passa a agir com objetivos policialescos, como está acontecendo no caso da apuração do caso Siemens. O PT conspira e o envolvimento mais deplorável é o de José Eduardo Cardozo.
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Não é novidade para ninguém o uso nefasto que o PT costuma fazer do aparato estatal em favor de seu projeto político. Começa com a ocupação de cargos, vai até o mensalão e passa pela transformação de órgãos públicos em aparelhos partidários. O pior é quando a máquina do Estado passa a agir com objetivos policialescos.
 
É evidente que isso está acontecendo na apuração do caso Siemens, que envolve denúncias de formação de cartel por parte de empresas para burlar concorrências de obras do Metrô e da CPTM em São Paulo. Trata-se de episódio de lesão aos cofres públicos que precisa ser devidamente investigada e os envolvidos, punidos.
 
No entanto, gente do primeiro escalão petista passou a figurar na história, protagonizando denúncias suspeitíssimas cujo principal objetivo parecer ser envolver adversários políticos, comprometer as investigações e, sobretudo, desviar a atenção da prisão dos mensaleiros – principalmente dos próceres petistas.
 
O PT conspira e o envolvimento mais deplorável é o de José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça do governo Dilma. Ele assumiu a responsabilidade por tornar pública uma denúncia da maior gravidade sem ao menos ter o cuidado de apurar previamente a origem e a integridade das informações. Agiu, no mínimo, levianamente. Mais correto é afirmar que agiu de caso pensado, visando promover espúrios interesses político-eleitorais de seus companheiros petistas.
 
Cardozo recebeu um dossiê das mãos de Simão Pedro, deputado petista licenciado e hoje secretário do governo Fernando Haddad em São Paulo. O papelucho tenta envolver, sem nenhuma prova, autoridades do governo paulista e lideranças tucanas, do DEM, do PSB e do PPS no escândalo. O ministro da Justiça deu de ombros a este detalhe e tratou de espalhar a denúncia, que, soube-se agora, é apócrifa, tendo sido renegada pelo suposto autor.
 
Neste fim de semana, Cardozo admitiu que foi ele, e não o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), quem encaminhou a papelada à Polícia Federal, contrariando versão anterior. Também disse que recebeu os papeis de maneira informal das mãos de Simão Pedro, num fim de semana que não se lembra quando foi.
 
A versão de Cardozo contradiz documentos assinados por dois delegados da PF, que relatam ter recebido a denúncia por meio do Cade. Outra das intenções do ministro parece ser proteger Vinícius Carvalho, militante petista que foi aceito na presidência do Cade omitindo que atuara na chefia de gabinete de Simão Pedro na liderança do PT na Assembleia paulista.
 
A participação dos petistas no caso é, no mínimo, suspeita, estranha, nebulosa. A primeira questão que salta aos olhos é: Será que o Ministério da Justiça está se tornando uma central policialesca do Estado petista? Pelo que se viu até agora, a resposta é sim.
 
As aloprações por lá não começaram agora. Recorde-se que, em maio, o ministério também esteve no epicentro da boataria que espalhou pânico entre os beneficiários do Bolsa Família, levando milhares de pessoas a agências bancárias num fim de semana por temor de que o programa seria extinto.
Naquela ocasião, Cardozo disse que houvera uma "ação orquestrada” para lançar nuvens sobre o programa que auxilia 13,6 milhões de famílias pobres no país. Dois meses depois, a PF descartou qualquer ação criminosa e concluiu que o boato fora "espontâneo”. Dias depois, a investigação foi arquivada, sem merecer, contudo, nenhum pedido de desculpas por parte do governo petista.
 
Não parece ser mera coincidência que a nova participação escandalosa do ministro Cardozo em mais uma tentativa do governo do PT de usar o aparato estatal para prejudicar adversários aconteça na mesma hora em que gente como José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares – que lideraram o partido na sua ascensão ao poder – esteja vestindo uniforme de presidiário na penitenciária da Papuda, em Brasília.
 
O PT não mede esforços em sua trama para se manter no poder. Manipula os instrumentos de Estado que tem à mão para prejudicar quem se interpõe a sua sanha desmesurada de dominação. O mais aterrorizante é que o uso do aparato público com fins policialescos pode se virar a qualquer hora contra toda a sociedade brasileira. Os petistas já deixaram claro que sua falta de ética não tem limites.
 
25 de novembro de 2013
Instituto Teotônio Vilela

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