"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

OS ESTÚPIDOS


Quando começaram as primeiras "manifestações" em São Paulo, em junho, promovidas pelo "movimento passe livre" (MPL), grupelho de extrema-esquerda alinhado ao PT, chamei a atenção para o fato de que tudo não passava de uma grande provocação e teatro de rua com interesses eleitoreiros, usando o "passe livre" (uma ideia, aliás, inviável e demagógica) como pretexto.
Afirmei - e os fatos me deram razão - que o MPL buscava tão-somente provocar a PM, descumprindo acordos, invadindo áreas restritas e promovendo abertamente o caos e a baderna, tentando criar, assim, um cadáver a ser explorado politicamente. (Felizmente, não tiveram êxito.)

Na ocasião, vocês devem lembrar, houve choques violentos, com excessos de ambos os lados. Quando uma jornalista foi ferida no olho por uma bala de borracha, chegou a haver um começo de movimento de repúdio à PM nas redes sociais; artistas e celebridades posaram com maquiagem imitando um olho roxo (foi a maneira escolhida por eles de demonstrar "solidariedade" à moça).
Na mesma época, um soldado PM foi espancado e teve a cabeça arrebentada por um grupo de "manifestantes" (ainda era assim que a grande mídia os chamava).
Chamei a atenção também para esse fato - a violência dos vândalos contra a PM - e afirmei que deveria ser usada a mesma régua moral para julgar os dois lados.
Perguntei por que não se fazia também um movimento de solidariedade ao PM ferido. Por esse motivo, fui bastante criticado.

Logo em seguida, a população saiu às ruas, protestando "contra-tudo-isso-que-está aí". O MPL, vendo que perdera o controle da situação e desencadeara um movimento muito mais amplo e apartidário, rapidamente tirou o time de campo (o que prova que seu objetivo jamais foi o mesmo da população nas ruas).
Mas o vandalismo prosseguiu, agora por obra dos black blocs, e com o mesmo objetivo de provocar a PM e instalar o caos. Até que as pessoas, confusas, cansadas e com medo da violência, voltaram para casa.
Esvaziados os protestos de seu aspecto de massas, partidos de esquerda que haviam sido expulsos das manifestações e movimentos como o black bloc e o MPL voltaram à carga, metendo-se em greve de professores (instrumentalizada pelo PSOL no RJ) e até em depredação de laboratório para resgatar beagles (outra estupidez).

Pois bem. Durante todo esse tempo, enquanto eu e uma meia dúzia de blogueiros direitistas e reacionários dizíamos que o black bloc e o MPL eram tropas de choque do obscurantismo político, o que fazia muita gente descolada, artistas inclusive?
Persistiam na ladainha de atacar a "repressão policial" contra os "manifestantes que só querem um mundo melhor" etc., mesmo quando estes depredavam e saqueavam lojas e bancos.
Caetano Veloso chegou a posar fantasiado de black bloc, o que deve achar uma coisa, assim, muito fashion... Surgiu a tal "mídia ninja", financiada aliás com dinheiro público, unicamente para "denunciar" a ação da polícia nos protestos etc.
Novamente, muitos caíram na esparrela, inclusive parte da imprensa, como a Rede Globo, que, mesmo tendo seus jornalistas agredidos e veículos destruídos pelos black blocs, ainda insiste em tratá-los não como os fascistas que são, mas como idealistas românticos, os arautos de um novo mundo etc. etc.

Em todos esses momentos, uma constante: a violência seria uma "exceção" à regra, os vândalos seriam "infiltrados" nas manifestações "pacíficas" e - o mais importante - a culpa da violência seria da polícia, não dos black blocs (que estariam apenas "reagindo" à violência policial etc.).

Por incrível que pareça, ainda há quem pense assim. Mesmo depois das cenas do dia 25 em São Paulo, quando um coronel da PM foi salvo por seus colegas de uma tentativa de linchamento nas mãos de um grupo de arruaceiros black blocs, sem que tivesse havido, pelo que mostra o vídeo, nenhuma ação violenta policial (e mesmo que tivesse havido, nada justifica a bestialidade da agressão).
Mesmo seriamente ferido na cabeça e na clavícula e tendo a arma roubada, o coronel ainda tentou controlar a tropa, ordenando a seus subordinados que não perdessem a cabeça (duvido que algum black bloc tivesse a mesma preocupação).
Mesmo assim, ainda há quem diga que a violência dos black bloc é uma reação à violência da PM etc. Apesar dos fatos, persiste uma animosidade psicológica, instintiva, pela polícia e um sentimento a favor dos que usam de todos os meios - inclusive o terrorismo - contra ela.

Por que isso acontece? Por vários motivos, mas eu destacaria um deles: prevalece, entre nós, um certo ranço anti-polícia, anti-PM, que na verdade é um ranço anti-ordem e anti-autoridade, vista sempre como sinônimo de autoritarismo (o fato de os black blocs se apresentarem como "libertários" também contribui para esse mito).

Esse ranço, essa mentalidade distorcida, que costuma desaparecer quando somos assaltados, tem suas raízes certamente na lembrança do regime militar, mas não somente isso: trata-se de um sentimento de ódio, uma revolta difusa contra a própria Democracia, da qual os militares e a policia são guardiães.
Há uma dificuldade tremenda em aceitar o fato de que, num Estado Democrático de Direito, a polícia não é o DOPS, não é o DOI-CODI: é, quer queiram quer não, a DEMOCRACIA FARDADA. Atacar a PM é, portanto, atacar a própria Democracia. Ponto.

É difícil para muita gente entender isso, pois é difícil para a maioria das pessoas entender a Democracia, um regime que, é bom lembrar, é o Império da Lei. Mais difícil ainda, para muitos, é aceitá-la.
Defendê-la, então, é para poucos, pouquíssimos. Todos querem se aproveitar e se beneficiar das liberdades, mas quase ninguém arrisca a própria segurança e, muitas vezes, a própria vida para salvaguardar os direitos de todos. Inclusive o direito de protestar. E recebendo em troca não a gratidão ou o simples reconhecimento, mas pau, pedra e coquetel molotov. É isso que faz a polícia.

O ataque brutal e covarde contra o coronel Reynaldo Simões Rossi foi, portanto, mais do que uma agressão de um bando facinoroso de delinquentes contra um representante da Lei e da Ordem (o que já seria grave o suficiente): foi um ATENTADO CONTRA A DEMOCRACIA.
 
Um atentado do tipo fascista e terrorista - as duas palavras mais adequadas para descrever o "movimento" black bloc. Este não passa de uma reunião de bandidos, criminosos estúpidos que usam um discurso ideológico pseudo-anarquista como desculpa para espalhar o caos e preparar o caminho, assim, para o TOTALITARISMO, com a anuência tácita de quem está no poder, hoje, no Brasil.

Aqueles que aplaudiram ou ignoraram a violência contra a PM desde junho têm a obrigação moral de pedir desculpas ao coronel Rossi e a todos os policiais que zelam não somente pela segurança pública, mas pelo direito de todos se manifestarem democraticamente, de maneira ordeira e pacífica.
Não é o caso do black bloc, um bando fascista, inimigo da Liberdade, e que tem na violência não uma simples tática de guerrilha urbana, mas a base mesma de sua ideologia antidemocrática e totalitária.
Depredar, queimar, destruir, saquear, é a sua razão mesma de existir. Gente assim não merece contemplação. Quem compactua com a violência deles também não. Para eles, Polícia e Democracia.
 
29 de outubro de 2013
in blog do contra

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