"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 21 de setembro de 2013

LEILÕES, PETRÓLEO E O SONHO DO PRÉ-SAL VIRANDO PESADELO


 
Petrobrás e pré-sal


Por mais que a máquina de propaganda do governo teime em dizer o contrário, o fracasso do leilão do Pré-Sal acendeu o sinal vermelho na Petrobrás e em alguns setores do governo menos alinhados com a visão retrógrada da esquerda bitolada.
 
O fracasso do regime de concessão adotado desde o governo Lula que, segundo os petistas mais ferrenhos, ia “salvar” e “proteger” a Petrobrás do “entreguismo” do PSDB e da “direita”, revelou-se evidente depois de todos esses anos de implantação.
 
Desmascarando a mentira da autossuficiência, o fracasso governamental na área petrolífera é tão claro que chega a envergonhar os envolvidos e obrigar a diretoria da Petrobrás a revelar duras verdades que contradizem o “oba-oba” do país maravilha vendido por Lula e seus comparsas.
 
Destruída financeiramente pela descapitalização; pela corrupção desenfreada de seus diretores e conselheiros (nomeados pelo critério político), desacreditada internacionalmente pela maquiagem contábil constante; impedida de repassar os custos de importação do petróleo para garantir a reeleição petista e, finalmente, quase levada à falência no primeiro semestre deste ano (foi salva por uma medida liminar judicial providencial); a Petrobrás se converteu hoje numa fonte de dores de cabeça para os investidores e de incertezas para o mercado.
 
Desde que Lula sujou as mãos naquela plataforma de petróleo e anunciou a falsa autossuficiência muita coisa mudou: com o passar dos anos a Petrobrás declinou sua produção cada vez mais acentuadamente, vive uma crise de caixa dramática e abandonou a produção de plataformas nacionais para meramente alugar equipamentos no exterior e gerar empregos na indústria naval de lá (o que era uma das principais críticas petistas ao governo de FHC). Pergunte ao pessoal do SINAVAL – o Sindicato da Indústria Naval – que veio a público denunciar mais essa farsa da geração de empregos no setor naval brasileiro e desmascarou a mentira do governo criticando a forte e constante queda na necessidade de mão de obra provocada pela “nova política” da Petrobrás.
 
A falta de interesse das grandes empresas pelos vastos poços do Pré-Sal brasileiro se deveu a um festival de incompetência, despreparo, corrupção e visão retrógrada de um governo muito mais preparado para engordar seus próprios cofres partidários.
 
corrupção e roubalheira na petrobrás
 
Enquanto o Brasil patina na produção de petróleo e nossa principal empresa perde lucratividade, saúde financeira e amarga queda constante de produção (a produção em 2012 caiu 2% e, em 2013, janeiro apresentou queda de 3,3% e fevereiro 2,25%) o Pré-Sal africano é explorado a todo vapor graças a um regime de concessão muito semelhante ao que tínhamos, jogando todo o risco operacional nas costas das empresas de prospecção, livrando os países e suas estatais petrolíferas dos altíssimos custos de produção e dos riscos inerentes à exploração do petróleo.
 
Se o nosso sistema anterior de concessão permitiu a descoberta desse verdadeiro tesouro enterrado em nosso quintal; as regras atuais, promovidas pelos “gênios” petistas, jogam todo o peso do investimento e os riscos sobre a Petrobrás que, como provado, não tem caixa para arcar com tal desafio.
 
Como pode ser lido neste excelente artigo, no ano de 2012 o balanço da Petrobras revelou dados assustadores em relação ao caixa da empresa. Com um passivo a pagar três vezes superior a seus ativos realizáveis (R$ 332,3 bilhões contra R$ 118,1 bilhões) o lucro da empresa foi o menor nos últimos oito anos (mesmo coma receita bruta crescendo 20% ao ano) e, mesmo assim, tais números só foram atingidos graças as mirabolantes manobras contábeis feitas pelo governo que maquiaram o balanço da empresa e disfarçaram sua real situação (que só viria à tona na crise que quase a levou a falência e que já comentamos).
 
O que não se compreende é porque ao invés de usar os recursos das grandes empresas internacionais e faturar apenas com a lucratividade dos poços, a Petrobrás hoje tem que assumir riscos e investir bilhões de dólares para prospectar e explorar o Pré-Sal, apenas pelo viés ideológico de um governo incapaz de ver o óbvio.
 
O mais dramático de tudo é que a exploração do Pré-Sal é muito cara e um barril de petróleo vindo de lá custa em torno de US$50,00 ou 70,00 e, como o preço do petróleo tende a cair no mercado internacional (já vem caindo há cerca de dois ou três anos), assim que os patamares de preço se igualem ao custo de produção ou de tornem inferiores; toda essa riqueza será transformada em “pó de traque” e o sonho se converterá em pesadelo e frustração.
 
Ao mesmo tempo, a corrida mundial para fontes menos poluentes de energia (em especial as células de força a base de hidrogênio) ganha força e acelera rumo a uma forte redução de custos e maior penetração. O que levará o petróleo a um patamar secundário ou mesmo inferior no jogo energético mundial (como hoje é com a lenha, o querosene, o óleo de baleia, o guano e tantos outros combustíveis que, no passado, ditavam as regras do jogo e eram a causa até de guerras sangrentas pelo seu domínio).
 
Desta forma, enquanto os populistas de plantão se matam para repartir um lucro que ainda não existe (e pode nem existir), a realidade da incompetência dessa corja deixa bem claro que o Brasil pode passar rapidamente de terra da promissão para um dos maiores fiascos econômicos do século XXI quase num piscar de olhos.
E você, o que pensa disso?
 
21 de setembro de 2013
Arthurius Maximus

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