O Grupo Globo é muito previsível. Nos intervalos comerciais tem o VAE (Vamos Ativar o Empreendedorismo). Seu noticiário manipulado tem insistido em reportagens exaltando o heroísmo dos micro empreendedores individuais. O VAE é aparentemente bacana. Só que até a inocente Velhinha de Taubaté percebeu que a ação é um teaser da campanha presidencial do apresentador Luciano Huck.
A campanha se aproveita do mote de que 52 milhões de brasileiros estão à frente do próprio negócio. É previsível que o número cresceu nesta crise pós-pandemônio. Sem oportunidades de emprego formal, as pessoas têm de apelar para o trabalho criativo que garanta a sobrevivência. Cresce a quantidade de MÉIS (Micro Empreendedores Individuais). Quem tem uma estrutura financeira melhor, aposta nas Startups. Assim, em diferentes plataformas, o projeto da Globo se aproveita da narrativa empreendedora.
Tudo é lindo como a Angélica. Acontece que a realidade econômica brasileira é horrorosa. É sacrificante – e praticamente inviável – empreender em um País com uma insana carga de impostos. Na prática, os governos são os sócios indevidos de quem ousa produzir, trabalhar, comercializar produtos e serviços. O confisco tributário é indecente.
Desde a campanha presidencial de 2018, o governo federal vende a narrativa de que a reforma tributária é prioritária. No discurso, com certeza. Na prática, um teatro de fantoche com os políticos. O sistema é perverso. A máquina estatal perdulária demanda cada vez mais dinheiro. Quem sustenta a farra é o pagador de impostos. Por isso é tão difícil – quase impossível – fazer a reforma dos tributos. É pior que falar de corda na casa de enforcado. A demagogia prevalece e nada acontece. Talvez tenhamos uma reforma “meia-boca”.
O estresse econômico se amplia. Seguimos em estado de alerta e hipervigilância em função da Covid-19. Tem muita gente aloprando porque o custo de vida está subindo demais. Só se fala em “majoração de preço”. Só que os índices de inflação não refletem a dura realidade do dia-a-dia. Salários – para quem tem a sorte de ter um – ficam praticamente congelados. O poder de compra e consumo é prejudicado ou inviabilizado. Os caçadores do lobo-guará na nota de 200 sobrevivem na maior M...
A sociedade tem de pressionar pela Reforma Tributária. A própria Globo – que tem dificuldades de pagar impostos – deveria focar na campanha a favor da redução e racionalização do hospício que tem quase 100 impostos, taxas, contribuições, multas e por aí vai... O problema é que Brasília encastela os políticos. Eles são hiper muito-bem remunerados. A maioria pertence à Oligarquia que manda no Brasil desde as Capitanias Hereditárias. Por isso, obram e andam para qualquer mudança. O lema é “foda-se o Brasil”.
O País não vai mudar sem reforma tributária. Junto com ela tem de acontecer a reforma administrativa. O setor estatal precisa encolher. A máquina pública tem de custar menos. Enquanto nada mudar, vamos continuar patinando. Não tem como a economia crescer com a absurda carga tributária brasileira e com gigantismo do Estado perdulário.
Já que é para fazer campanha subliminar, Luciano Huck bem que poderia aproveitar sua imensa popularidade para, além de surfar na onda empreendedora, jogar pesado na discussão pela redução e reestruturação dos impostos no Brasil. Fica a dica ao Luciano Huck...
Já o Presidente Jair Bolsonaro, que prematuramente se deixa embarcar na aventura da reeleição, tem de fazer de tudo para cumprir sua promessa de campanha. Seu empenho pela Reforma Tributária precisa ser maior publicamente. Não é correto, nem inteligente, deixar a bomba apenas no colo do Paulo Guedes. Até o vice-Presidente Antônio Hamilton Mourão fala mais de reforma tributária que o Jair Bolsonaro. Assim, não dá, Presidente...
Alô, Rede Globo. Sem reforma tributária, o Brasil não “VAE”...
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