O Presidente Jair Bolsonaro foi extremamente infeliz na ironia de que “acabou com a Lava Lato, porque não tem mais corrupção no governo”. O ânus (nem o ônus da bobagem dita) tem a ver com as calças. Bolsonaro gerou mais uma polêmica inútil contra si. Acabou com Lava Jato nenhuma, até porque seus poderes são limitados para tamanha façanha. Apenas falou besteira, sem maiores efeitos colaterais. Ficará o dito pelo não dito.
Decisão correta foi a do presidente do Supremo Tribunal Federal. Luiz Fux determinou que os casos da Lava Jato sejam julgados pelo plenário do STF, e não apenas pela 2ª Turma. O ministro Gilmar Mendes não gostou muito, mas não pode fazer nada, a não ser obedecer a “reforma regimental”. Ao contrário do que muito precipitado pensa, a Lava Jato não acabou. Merece até ser criticada por muita coisa que deixou de apurar, ou não conseguiu investigar. Mas o negócio não terminou...
O combate à corrupção continua... Do mesmo jeito de sempre... Não é fácil atacar a roubalheira, porque ela tem raízes culturais e estruturais... O ente ficcional Estado brasileiro é perdulário e corrupto. Os poderosos de plantão, também... A oligarquia, idem... O andar social de baixo, que muitas vezes se deixa corromper, é altamente prejudicado pela associação criminosa entre políticos, empresários e servidores públicos. Quem se dana sempre é classe média – que paga a parte mais alta das contas.
Até agora, ninguém acabou com a Lava Jato. Suas virtudes devem ser exaltadas. Suas falhas devem ser corrigidas... Infelizmente, a lerdeza judiciária e as manobras burocráticas permitiram que muitos crimes prescrevessem. Infratores e delinqüentes sofisticados foram beneficiados. Nada de anormal. O que a sociedade ainda precisa cobrar é mudanças estruturais na corrupta máquina estatal, para impedir a ocorrência de novos crimes. O resto é conversa fiada.
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