"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 12 de abril de 2019

DEUS VULT - COMO AS CRUZADAS SALVARAM O MUNDO

A historiografia reducionista trata as Cruzadas como guerras imperialistas, intolerantes e teocráticas. Mas sem o lema "Deus vult", hoje estaríamos todos sob o Estado Islâmico. Ouça em nosso podcast
Flavio Morgenstern



Deus Vult, digo, Guten Morgen, Brasilien! Recentemente, uma campanha de assassinato de reputações, com fontes famosas na suposta “direita”, foi orquestrada para queimar (epa!) conservadores na mídia. Uma das reclamações foi o uso do mote Deus vult! (“Deus [assim] quer”), divisa usada na primeira Cruzada. E “Cruzada” é um termo que evoca péssimos sentimentos na população, como uma mancha negra na história da Igreja Católica, um movimento de intolerância, imperialismo, dominação, colonialismo, preconceito, intolerância, violência e obscurantismo teocrático.

Como nossos ouvintes sabem, quase tudo o que “conhecemos” de História através de narrativas prontas, reducionistas e maniqueístas é feito de maneira impressionista: solta-se uma palavra de grande efeito, como “Cruzadas”, e pronto: está confirmado que existe intolerância, teocracia, fanatismo etc, e basta dizer que é contra para parecer um grande intelectual, racional, científico, democrático e até conseguir uns joinhas no Tinder.

Mas o que foram as tais Cruzadas, afinal? Apenas um movimento da Igreja Católica para roubar terras de pacíficos muçulmanos, que estavam lá desde sempre, talvez desde o Antigo Testamento? Uma guerra pseudo-santa de opressão e violência contra inocentes para obrigar o Oriente Médio inteiro a se converter ao catolicismo pelo fio da espada?

A realidade, como sói, é bem mais complicada e menos agradável para a turma “eu estudei História” do que essa visão boba sobre as Cruzadas, que não se sustenta simplesmente se perguntando qual a religião predominante no Oriente Médio hoje, ou que “colonialismo” existiria naquela região na Idade Média.

Pior: as Cruzadas nem mesmo foram convocadas pela Igreja Católica. Pior ainda: sem elas, não teríamos absolutamente nada daquilo que associamos à liberdade, seja o processo penal com Inquérito, seja usar biquinis, seja a ciência moderna, seja a liberdade religiosa.

Entenda, afinal, o que gerou as Cruzadas e tenha em mente: o lema Deus vult é importantíssimo até para os ateus modernos, já que a questão subjacente é teológica e influi até na investigação científica. Não há a mínima possibilidade de ser conservador, ou mesmo pró-liberdade, sem dizer a última tendência em tatuagens do Ocidente: Deus vult!


12 de abril de 2019
A produção é de Filipe Trielli e David Mazzuca Neto no estúdio Panela Produtora, com produção visual de Gustavo Finger, da Agência Pier. Deus vult e Guten Morgen, Brasilien!

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