Depois da exibição de Lula em Curitiba - entre outros desvarios, transferindo responsabilidades à finada esposa - é oportuna a frase de Gilberto Buchmann: "Se Lula é operário, então Sílvio Santos é camelô!". Ora, foi na onda do próprio mito que ele preparou a encenação: Lula segue tentando impingir o mito do operário que chegou à presidência, como se isso pudesse representar superioridade moral ou mesmo justificar seus delitos.
No congresso do PT, 05/05/17, como de hábito, recorreu à técnica de "desqualificar o outro para afirmar-se pessoalmente": atacou a imprensa, desdenhou Jair Bolsonaro e, por fim, depreciou a campanha do prefeito paulistano, João Doria, dizendo: "Um almofadinha, um coxinha ganha as eleições em São Paulo se fazendo passar junto ao povo mais humilde por João Trabalhador. Se encontrarem com ele por aí, perguntem se ele já teve uma carteira profissional assinada."
A resposta veio sob medida! Sem demora, por meio de suas redes sociais, Doria respondeu ao suserano do PT: exibindo a carteira de trabalho, chamou Lula de mentiroso, covarde e desinformado. João Doria trabalha desde menino. Mas Lula não sabia (para variar...).
Com o ataque rasteiro, Lula, além de ofender o povo paulista, que elegeu Doria já no 1º turno, mostrou que não tem respeito pelas instituições, alvejando o prefeito. Aliás, quando foi que se viu o PT respeitar o resultado de uma eleição? Em regra, petistas não reconhecem a legitimidade de ninguém que não seja "companheiro". É sempre a lógica do "nós contra eles". Quem não apoia o PT é inimigo: atacado em sua reputação e, se possível, destruído.
Mas houve, desde sempre, quem o conhecesse bem. "Bon vivant" foi a expressão irônica usada por Emílio Odebrecht e Golbery do Couto e Silva para designá-lo. O empreiteiro viu, em Lula, o colaboracionista para controlar os seus empregados (e para obter outros favores quando virou presidente); o general soube logo que ele seria útil para barrar a liderança de Leonel Brizola. Ambos perceberam o que Ulysses Guimarães traduziu com maestria: "o mau de Lula é que ele parece gostar de viver de obséquios".
Aos 26 anos, Lula iniciou a carreira de pelego e nela permaneceu por longo tempo, atraiçoando trabalhadores para, nalguns casos, impedir greves e, noutros, acabar logo com elas, fazendo o jogo dos patrões. Depois, iniciou uma trajetória como "personagem de uma narrativa" e chegou à Presidência da República.
O jurista Hélio Bicudo, na qualidade de ex-amigo (que o conheceu na intimidade), bem antes de surgirem as denúncias de enriquecimento na Lava Jato, já havia antecipado que Lula é hoje um dos homens mais ricos do Brasil. Agora executivos das grandes empreiteiras, em especial da Odebrecht, vêm indicando os MILHÕES de propina drenados para a conta dele, confirmando o que disse Bicudo.
À medida que documentos dão a conhecer a sua verdadeira história, o mito desaparece. Se, por um lado, ainda é grande a legião dos iludidos (dos que, contra todas as evidências, acreditam na farsa do operário pobre e virtuoso que chegou à presidência), por outro são cada vez mais numerosos os que já não se deixam enganar e percebem o PT, que Lula personifica, como o maior embuste político da história de nossa pobre república. Para estes, a realidade apagou o mito.
Sugestão de leitura:
O livro "Assassinato de Reputações - Um Crime de Estado", de Romeu Tuma Junior, Editora Topbooks.
13 de maio de 2017
Renato Sant’Ana é Advogado e Psicólogo.
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