"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

DROGAS, NEGÓCIO RENTÁVEL

As drogas movimentam, pelo menos, US$ 400 bilhões (cerca de R$ 1,2 trilhão) por ano no mundo. Muita gente “boa” lucra com isso.

Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), o tráfico de drogas é um negócio multimilionário que alimenta as redes criminais em um nível que ainda hoje não conseguimos perceber bem.

O Brasil deixou de ser apenas corredor das drogas dos carteis colombianos para ter suas próprias máfias em ação.

Sem que ninguém se desse conta, o país desenvolveu sua primeira geração de narcotraficantes. Brasileiros que trabalhavam para bandidos colombianos decidiram montar as próprias máfias para comandar uma fatia do negócio mais rentável do planeta.

O comércio mundial de drogas movimenta 400 bilhões de dólares por ano. No Brasil, fala-se em cerca de 10 bilhões de dólares. A pasta da coca, cotada a 1.000 dólares o quilo nos locais de produção, transformada em cocaína pode ser vendida nas grandes cidades brasileiras a 10.000 dólares. Nos Estados Unidos, por 40.000. E, no Japão, por 100.000. Nenhum outro negócio, lícito ou ilícito, dá uma taxa de retorno de até 10.000%, informa o jornalista Alexandre Secco.

Em Rondônia, foi preso um fazendeiro suspeito de ter comprado trinta fazendas com dinheiro de cocaína. Um de seus melhores amigos era um delegado de polícia que foi preso transportando 15 quilos de cocaína na viatura oficial.

Na Bahia, um desembargador acusou dois colegas também desembargadores e um deputado estadual de pressioná-lo a emitir habeas-corpus em favor de um preso acusado de integrar quadrilhas investigadas pela CPI do Narcotráfico.

No Acre, o esquema do pó teria o envolvimento de dois ex-governadores, dois secretários de Estado e três dos sete desembargadores do Tribunal de Justiça de Rio Branco, conforme um relatório da Procuradoria da República no Estado.

No Piauí, a CPI revelou que quarenta prefeituras participam do esquema de lavagem de dinheiro do tráfico. Outras quarenta prefeituras no sul do Pará são suspeitas do mesmo crime em um relatório da Polícia Federal.

Para piorar, além da corrupção existente na polícia e no sistema judiciário, há um grupo de políticos que acoberta o tráfico. É gente que usa o cargo para aprovar projetos de interesse dos bandidos, para pressionar autoridades locais a não investigar os amigos e depois se beneficiar da imunidade parlamentar.



03 de fevereiro de 2017
Miguel Lucena – Delegado da PCDF e jornalista

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