O presidente Michel Temer não quis confirmar se pretende fazer uma reforma ministerial no ano que vem. Após fazer um longo balanço à imprensa sobre as ações de seu governo, ele foi perguntado sobre o assunto, mas mostrou-se evasivo: “Vamos esperar o ano que vem” – despistou.
Desde a saída de Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo, no mês passado, ele ensaia mexer em outros nomes na Esplanada, para reacomodar a base aliada. Para o lugar de Geddel, sexto ministro de Temer a cair, já teria sido convidado o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA).
Seu nome, no entanto, ainda não foi confirmado porque o governo teme ver o movimento interpretado como interferência direta do Planalto na disputa pela presidência da Câmara, já que Imbassahy pretendia concorrer com outros nomes do Centrão e com o atual presidente, Rodrigo Maia, que quer se reeleger e para isso conta com o apoio velado do governo.
SEM CRISES – Na fala de 25 minutos, Temer não mencionou as crises por que passou sua administração, como as menções a ele próprio e a ministros próximos em delações premiadas da Odebrecht. Nesse pronunciamento, o presidente agradeceu o trabalho do Legislativo, repetiu que o apoio da base é “importantíssimo” para levar à frente as reformas desejadas pelo governo e destacou que conseguiu aprovar neste fim de ano a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e todas as emendas individuais, de bancada e ainda quitar os restos a pagar desde 2007.
“Nós temos tido no Congresso 88% de fidelidade da base governista, algo importantíssimo para levar adiante todas as reformas. O fato de termos aprovado a LDO ainda neste exercício para vigorar no ano que vem, há muito tempo não tínhamos essa espécie de aprovação. Outro fato inédito foi o pagamento de todas as emendas individuais e também as emendas de bancada neste ano. Pagamos também os restos a pagar que datam de 2007, foram todos quitados neste ano” – afirmou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Ter maioria no Congresso é fácil, qualquer governo consegue – basta comprar apoio no atacado e no varejo. Quanto à reforma do Ministério, a possibilidade é remotíssima, embora necessária, não somente em nome da competência, mas sobretudo em nome da moral e dos bons costumes. Mas Temer não vai mexer (ou não pode mexer). A única mudança visível no Planalto é o progressivo escurecimento da cabeleira do presidente. Dentro em breve, os cabelos de Temer estarão tão escuros quanto os de Edison Lobão ou de Jáder Barbalho. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Ter maioria no Congresso é fácil, qualquer governo consegue – basta comprar apoio no atacado e no varejo. Quanto à reforma do Ministério, a possibilidade é remotíssima, embora necessária, não somente em nome da competência, mas sobretudo em nome da moral e dos bons costumes. Mas Temer não vai mexer (ou não pode mexer). A única mudança visível no Planalto é o progressivo escurecimento da cabeleira do presidente. Dentro em breve, os cabelos de Temer estarão tão escuros quanto os de Edison Lobão ou de Jáder Barbalho. (C.N.)
01 de janeiro de 2017
Catarina Alencastro
O Globo
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