Relatório da Polícia Federal revela que ‘laranjas’ foram usados para desvio de recursos que deveriam ter sido destinados para a campanha da chapa Dilma-Temer em 2014. O documento foi entregue na semana passada pela Polícia Federal ao Tribunal Superior Eleitoral, que conduz Ação de Investigação Judicial Eleitoral que pede a cassação da chapa por supostas irregularidades. Os documentos enviados ao TSE mostram que fornecedores subcontratados por três gráficas não tinham funcionários nem equipamentos para imprimir o material de campanha, fato que comprova a lavagem de dinheiro.
As informações foram divulgadas com exclusividade pela repórter Andréa Sadi, da GloboNews, nesta terça-feira, 24. Ela apurou que o documento mostra, por exemplo, o caso de um motorista de uma gráfica que ganhava salário de R$ 3 mil, mas movimentou cerca de R$ 1 milhão na conta bancária.
DILIGÊNCIAS – O documento da PF aborda especificamente os resultados das diligências realizadas pela PF em dezembro de 2016. O alvo da missão policial foram três gráficas contratadas pela campanha Dilma-Temer, a VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda, a Focal Confecção e Comunicação Visual Ltda e a Rede SEG Gráfica Eireli.
A PF aponta que a finalidade do uso de ‘laranjas’ por fornecedores da campanha seria ocultação de bens e valores desviados, destacou a reportagem de Andreia Sadi.
Os investigadores identificaram que o dinheiro que deveria ter sido usado na campanha foi, na verdade, desviado, para pessoas físicas e jurídicas. A PF avalia que esse tipo de procedimento pode ter algum tipo de repercussão na esfera criminal, destacou Sadi.
VALORES EXCEPCIONAIS – As gráficas movimentaram valores excepcionais na campanha de 2014. A empresa Focal, por exemplo, apareceu como a segunda maior fornecedora da campanha – recebeu aproximadamente R$ 25 milhões, ficando atrás apenas do marqueteiro João Santana, que ganhou R$ 70 milhões e acabou preso na Operação Lava Jato.
O relator da Ação Judicial de Investigação Eleitoral no TSE é o ministro Herman Benjamin.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O mais incrível dessa notícia, que o Estadão mantém em destaque no site, é que poucos dias depois o presidente Temer convidou o ministro Gilmar Mendes para um jantar reservado no Palácio Jaburu, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral aceitou. Em qualquer país minimamente sério, seria um escândalo enorme. Mas aqui no Brasil, ninguém deu importância ao fato, porque está inserido na rotina de promiscuidade da política nacional. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O mais incrível dessa notícia, que o Estadão mantém em destaque no site, é que poucos dias depois o presidente Temer convidou o ministro Gilmar Mendes para um jantar reservado no Palácio Jaburu, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral aceitou. Em qualquer país minimamente sério, seria um escândalo enorme. Mas aqui no Brasil, ninguém deu importância ao fato, porque está inserido na rotina de promiscuidade da política nacional. (C.N.)
26 de janeiro de 2017
Beatriz Bulla, Fausto Macedo e Mateus Coutinho
Estadão
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