"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

PIADA DO ANO: RENAN DIZ, "COM HUMILDADE", QUE A DECISÃO DO STF FOI "PATRIÓTICA"

Charge do Aroeira, reprodução da Charge Online

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comemorou a decisão do Supremo Tribunal Federal de mantê-lo no cargo, chamando-a de “patriótica”. Os ministros rejeitaram, por 6 votos a 3, liminar do colega Marco Aurélio Mello de segunda (5), que tirava Renan da Presidência do Senado sob a justificativa de que ele, na condição de réu, não está apto a ocupar a linha sucessória.

O senador acompanhou o julgamento, que teve início pouco depois das 14h, no gabinete da Presidência do Senado acompanhado de senadores de diversas legendas. Uma hora e vinte após a decisão, deixou a Casa acompanhado apenas por policiais legislativos e seguiu para a residência oficial.

Antes, porém, divulgou por meio da sua assessoria de imprensa uma nota oficial elaborada com a ajuda dos mesmos aliados que estiveram ao seu lado nos últimos dias e com quem assistiu à sessão do Supremo. “É com humildade que o Senado Federal recebe e aplaude a patriótica decisão do Supremo Tribunal Federal”, afirmou o senador.

PELA TELEVISÃO – No gabinete, assistindo à sessão do Supremo pela TV Justiça, estiveram com ele, entre outros, o governador de Alagoas, seu filho, Renan Filho (PMDB), e os senadores peemedebista Romero Jucá (RR), Eunício Oliveira (CE), Rose de Freitas (ES), além do primeiro-vice-presidente da Casa, Jorge Viana (PT-AC), que assumiria o cargo caso Renan tivesse sido afastado em definitivo pelo STF.

Os ministros do Supremo decidiram nesta quarta-feira que ele se mantém no comando do Senado até fevereiro de 2017, quando outro senador será eleito, mas não poderá ocupar a presidência da República. De acordo com a Constituição, o presidente do Senado é o segundo na linha sucessória.

NOTA OFICIAL – Vejam a nota oficial distribuída pela presidência do Senado após a decisão do STF:

“É com humildade que o Senado Federal recebe e aplaude a patriótica decisão do Supremo Tribunal Federal. A confiança na Justiça Brasileira e na separação dos poderes continua inabalada.

O que passou não volta mais. Ultrapassamos, todos nós, Legislativo, Executivo e Judiciário, outra etapa da democracia com equilíbrio, responsabilidade e determinação para conquista de melhores dias para sociedade brasileira.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A declaração oficial de Renan é uma aula de desfaçatez. Alegando “humildade”, ele se arvora no direito de falar em nome do Senado para aplaudir um decisão que nada tem de patriótica, muito pelo contrário. Aliás, patriotismo é um dos componentes que mais tem faltado na política brasileira, nesta fase de capitalismo sem risco em que mergulhamos por obra e graça de FHC, que agora sonha em voltar ao poder, para acabar de destruir o que ainda resta deste país. (C.N.)


08 de dezembro de 2016
Débora Álvares e Marina Dias
Folha

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