"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O TSUNAMI CHEGOU (E DE PROPORÇÕES INÉDITAS)


Resultado de imagem para tsunami politico charge
Charge do Bonifácio (bonifaciocartunista.wordpress.com)
Os vazamentos de sexta à noite (9) começaram a confirmar as previsões mais apocalípticas sobre a delação da Odebrecht. Estamos diante de um tsunami de proporções inéditas, com potencial para varrer os principais partidos e pré-candidatos à Presidência em 2018. A primeira onda quebrou com força sobre o atual inquilino do Planalto. O delator Cláudio Melo Filho afirma que Michel Temer pediu “direta e pessoalmente”, em jantar no Palácio do Jaburu, que Marcelo Odebrecht repassasse R$ 10 milhões para as campanhas do PMDB em 2014.
Ex-diretor da empreiteira, ele diz que a distribuição dos recursos foi organizada pelo ministro Eliseu Padilha, a quem chama de “preposto” do presidente. Segundo o relato, parte da bolada foi entregue em dinheiro vivo no escritório de José Yunes, amigo e assessor de Temer.
O delator também cita repasses e apelidos de outros caciques do PMDB, como Moreira Franco (o “Angorá”), Romero Jucá (“Caju”), Renan Calheiros (“Justiça”) e Eunício Oliveira (“Índio”). O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (“Botafogo”), é a velha novidade do pacote.
EMPAREDADO – Ao atingir o Planalto, o tsunami encontra um presidente impopular e emparedado pela própria base, incapaz até de nomear um ministro que escolheu. Para seu consolo, tucanos e petistas também estão com água no pescoço — vide as novas acusações a Alckmin e Serra e a abertura da quarta ação contra Lula.
O executivo da Odebrecht é apenas o primeiro dos 77 que fecharam acordo de delação. Diante do cenário de devastação na política e da ameaça de naufrágio do governo, a economia voltará a ser usada como pretexto para a costura de um “grande acordo nacional”. Quem está prestes a se afogar fará de tudo para tentar melar o que vem por aí.
Até a semana passada, a hipótese de acordão parecia remota, já que exigiria a participação do Supremo. Depois do que a corte fez para salvar Renan, nada mais é impossível.


12 de dezembro de 2016
fgv
Folha

Nenhum comentário:

Postar um comentário