Ao ver que nunca mais ocuparia a cadeira de presidente da companhia, empreiteiro desafiou o pai e definiu sozinho o que diria à força-tarefa da Lava Jato
RETRATO DE FAMÍLIA - Emílio e Marcelo Odebrecht: a relação entre pai e filho sempre foi tensa |
Marcelo Odebrecht decidiu atravessar o samba no segundo dia das conversas com procuradores da Lava Jato que precederam sua delação.
Indagado a respeito de suas relações com o ex-presidente Lula, respondeu:
“O Lula nunca gostou de mim. Quem sempre tratou de tudo com ele foram o meu pai e o Alexandrino (Alencar, diretor de relações institucionais)”.
“O Lula nunca gostou de mim. Quem sempre tratou de tudo com ele foram o meu pai e o Alexandrino (Alencar, diretor de relações institucionais)”.
A resposta não estava no roteiro que advogados da empresa haviam traçado diretamente sob a batuta de Emílio Odebrecht, o pai de Marcelo.
Por essa estratégia, Emílio seria poupado de maiores responsabilidades nos malfeitos da empresa, da mesma forma que executivos-chave como Pedro Novis, ex-presidente do conselho da Braskem.
Já Marcelo tomaria para si a parte mais pesada da culpa. Isso permitiria que mais executivos se mantivessem em seus cargos e continuassem tocando a empresa.
Em outras palavras, Marcelo seria o cordeiro do sacrifício cujo sangue irrigaria o império presente em 26 países e responsável por um faturamento de 125 bilhões de reais em 2015 (a Odebrecht é a maior construtora do Brasil e a 13ª do mundo).
Ocorre que o príncipe dos empreiteiros começou a achar que a conta estava salgada demais para ele.
Naquele dia em que disse não ser próximo de Lula e apontou o dedo para o próprio pai, Marcelo implodiu de uma vez as pontes que ainda o ligavam à Odebrecht.
31 de dezembro de 2016
Bruna Narciza
Veja
Naquele dia em que disse não ser próximo de Lula e apontou o dedo para o próprio pai, Marcelo implodiu de uma vez as pontes que ainda o ligavam à Odebrecht.
31 de dezembro de 2016
Bruna Narciza
Veja
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