"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

OS CAFAJESTES AGEM NOS BASTIDORES

SOB PRESSÃO, CÂMARA SUSPENDE VOTAÇÃO DE PROJETO DESTINADO A INOCENTAR OS LADRAVAZES DO BRASIL E TRAVAR A LAVA JATO.



O deputado Beto Mansur, do nanico PRB de São Paulo, preside sessão da Câmara onde se propôs a votação de projeto que anistia o chamado “caixa dois” em campanhas eleitorais. Num país sério os proponentes dessa vagabundagem teriam seus mandatos cassados. Não deixe de ler este post para entender a jogada. Compartilhe. Foto do site de O Globo

Por pouco esta noite não entrou para mais uma história de horror protagonizada pela cambada de vagabundos que povoa a Câmara de Deputados. Como foi noticiado retiraram da gaveta um projeto de lei já empoeirado cuja finalidade seria coibir o já denominado caixa 2, manobra comumente utilizada pelos larápios do Brasil na lavagem de dinheiro público para irrigar campanhas eleitorais e encher os bolsos de dinheiro roubado dos cofres públicos e empresas e agências estatais.

Ocorre que se esse projeto fosse aprovado - o que por pouco não aconteceu - estariam sendo anistiados todos - eu disse todos - os crimes de caixa 2 ocorridos antes da aprovação dessa lei. Por vias oblíquas e na tentativa de iludir a Nação, com supostos bons propósitos, na verdade os deputados estariam anistiando centenas de ladravazes do Brasil.

Em cima do laço e pela interveniência de alguns deputados, o projeto foi retirado da pauta.

Agora reparem bem. Com exceção do site O Antagonista, a maioria dos jornalistas fez corpo mole. Alguns dos grandes veículos de mídia sequer se manifestaram. E isso prova que continua em atuação grande complô cuja finalidade maior é detonar a Operação Lava Jato. E a maioria dos jornalistas da grande mídia faz parte dessa manobra espúria que tenta por todas as vias deixar tudo como está, ou seja, manter a ladroagem livre e solta.

Todavia, há ainda alguns Jornalistas com 'J' maiúsculo em veículos da grande mídia. Contam-se nos dedos, mas ainda existem colegas da estirpe de Merval Pereira, de O Globo. Tanto é que o artigo que Merval Pereira escreveu domingo em O Globo chegou a ser lido no plenário da Câmara na noite desta segunda-feira, como um libelo contra a manobra espúria dos deputados. Aliás, poucos foram os que se insurgiram contra esse golpe destinado a inocentar vagabundos. Sim, vagabundos. Esta é a qualificação mais educada para essa cambada de ladrões e imorais.

Transcrevo na íntegra o artigo de Merval Pereira publicado no último domingo, dia 18/09/2016: Leiam:
POR BAIXO DOS PANOS
Por Merval Pereira
Do site de O Globo

É provável que seja apresentado amanhã um projeto de lei criminalizando o Caixa 2 nas campanhas eleitorais, com o apoio de todas as legendas atuantes no Congresso, com a possível exceção do PSOL e da Rede.
A base do projeto é a medida 8 de combate à corrupção apresentada pelo Ministério Público de Curitiba sob o título “Responsabilização dos partidos políticos e criminalização do caixa 2”. Há duas versões do texto: uma que anistia explicitamente todos os crimes eleitorais cometidos anteriormente; e uma segunda, que tem mais chance de ter o consenso, que criminaliza o Caixa 2 para encerrar a discussão sobre se esse financiamento por fora da legislação eleitoral é ou não crime passível de punição mais rigorosa.
Os deputados consideram que não há clima político para uma anistia explícita, e estão em busca de um texto que represente uma espécie de “anistia moral” quando as delações premiadas das empreiteiras OAS e Odebrecht listem cerca de 100 parlamentares, de praticamente todos os partidos, que receberam financiamentos legalmente ou no Caixa 2.
Como consideram que será difícil separar o joio do trigo, os parlamentares querem especificar na nova lei o que é Caixa 2 para financiamento de campanha, separando do que seja propina, para fins pessoais ou do partido. Na verdade, o objetivo da medida é livrar os parlamentares da acusação de primeira instância, pois eles consideram que os Procuradores de Curitiba e o próprio Juiz Sérgio Moro criminalizam a política.
Também se preocupam com a chegada da ministra Carmem Lucia à presidência do STF. Conhecida por sua severidade, a ministra disse, em 2012, no julgamento do mensalão, o seguinte: “Acho estranho e muito grave que alguém diga, com toda tranquilidade, que ‘ora, houve caixa dois’ na tribuna do tribunal supremo do país como se fosse algo banal, tranquilo, que se afirma com singeleza. Caixa dois é crime; caixa dois é uma agressão à sociedade brasileira; caixa dois compromete, mesmo que tivesse sido isso, ou só isso; e isso não é só; e isso não é pouco! E dizer isto da tribuna do Supremo Tribunal, ou perante qualquer juiz, parece-me, realmente, grave, porque fica parecendo que ilícito no Brasil pode ser praticado, confessado e tudo bem. E não é tudo bem, tudo bem é estar num país, num Estado de Direito, quando todo mundo cumpre a lei”.
Há na Justiça Eleitoral uma disputa de entendimentos sobre se o Caixa 2 é crime, ou apenas uma infração eleitoral. No artigo 350 do Código Eleitoral está dito que é crime “Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais”.
Muitos juízes interpretam esse texto como a definição do crime do Caixa 2, mas outros consideram que não está tipificado aí o crime. Se o Congresso aprovar um projeto de lei sobre o assunto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai ter que se definir sobre a questão, e é o que os parlamentares querem, pois a partir da nova lei, a punição não poderá retroceder.
A discussão sobre se o Caixa 2 é crime ou não tem base no Artigo 1º do Código Penal, segundo o qual “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”. Se vencerem o debate sobre o artigo 350 do Código Eleitoral, os parlamentares estarão protegidos sem nem mesmo precisarem explicitar uma anistia.
Mas ficarão suspeitos de estarem agindo para proteção mútua, conforme conversa gravada do senador Romero Jucá com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado:  
Machado
Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel (Temer).
Jucá
(concordando) Só o Renan que está contra essa p****. Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, p****.
Machado
É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.
Jucá
Com o Supremo, com tudo.
Machado 
Com tudo, aí parava tudo.
Jucá 
É. Delimitava onde está, pronto.
Machado
Parava tudo. Ou faz isso... 

20 de setembro de 2016
in aluizio amorim

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