A lista de investimentos com irregularidades realizados pelos fundos de pensão dos empregados da Petrobras (Petros), da Caixa Econômica Federal (Funcef), do Banco do Brasil (Previ) e dos Correios (Postalis) é ampla. As operações passam por construtoras, fabricante de celulose e estaleiros. Confirma os fundos de investimentos em participação suspeitos.
FIP Cevix: voltado para o setor de energia. O fundo foi criado pela construtora Engevix, envolvida na Lava-Jato. O dinheiro da Funcef entrou por meio da Desenvix Energias Renováveis, controlada pela empresa norueguesa Statkraft. A Funcef detém 18, 69% do capital.
FIP Multiner: voltado para o setor de energia. A empresa Multiner tem como acionista controlador o grupo Bolognesi, com 52% do capital. O Multiner Fundo de Investimento em Participações é administrado e gerido pela Planner Corretora e constituído sob a forma de condomínio fechado. Os fundos de pensão têm 48% do capital.
FIP Sondas: voltado para o setor de petróleo. Foi criado para abastecer o caixa da Sete Brasil, fabricante de sondas para exploração de sondas em águas profundas. A Sete Brasil está em processo de recuperação judicial. Tem, entre seus acionistas, a Funcef, a Petros e a Previ.
FIP OAS Empreendimentos: voltado para o setor se construção. A Funcef destinou R$ 200 milhões à OAS em 2014, um mês antes de a empresa ser engolfada pela Operação Lava-Jato. A OAS está em recuperação judicial, com dívidas de cerca de R$ 8 bilhões. É acusada de favorecimento em licitações da Petrobras e de pagamentos ao Instituto Lula.
FIP Enseada: voltado para o setor de eletroeletrônico. A Gradiente fez uma reestruturação acionária, criando a Companhia Brasileira de Tecnologia Digital (CBTD), da qual passou a deter 40% do capital. Os demais 60% ficaram com o FIP Enseada, que tem como cotistas a fabricante multinacional de eletrônicos Jabil, a Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) e os fundos de pensão Petros e Funcef. O FIP pagou R$ 68 milhões para ter debêntures conversíveis em ações da CBTD.
FIP RG Estaleiros: voltado para a construção naval. A Funcef investiu R$ 141 milhões na RG Estaleiros, representando 25% do capital. À época, os 75% restantes pertenciam à Engevix, pega na Lava-Jato.
FIP Florestal: criado especificamente para direcionar recursos à Eldorado Celulose, ligada ao grupo JBS. Os acionistas da Eldorado são o J&F Investimentos, seu controlador; FIP Florestal e FIP Olímpia. O FIP Florestal tem como cotistas a Petros (8,53% do capital) e a Funcef (8,53%).
FIP Global Equity: voltado para o setor de construção. A Funcef é um dos principais financiadores, com R$ 400 bilhões. Os investimentos beneficiaram a OAS.
06 de setembro de 2016
Antonio Temoteo
Correio Braziliense
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