"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

"SÓ HÁ ESPAÇO PARA DELAÇÃO DE MAIS UMA EMPREITEIRA" - DIZ PROCURADOR REGIONAL



Santos Lima adota uma política excludente nas delações















O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba, não vê possibilidade de que duas ou mais empreiteiras investigadas por desvios na Petrobras e outras áreas do governo fechem acordos de leniência e de delação premiada, via executivos, com o Ministério Público Federal (MPF). Questionado pelo jornal O Estado de S. Paulo se os investigadores estão perto de um entendimento com a Odebrecht e a OAS, as maiores empreiteiras que ainda não formalizaram colaboração, ele declarou: “As coisas estão muito longe de serem resolvidas, quem vai (fazer). Acreditamos que só tenha espaço para mais uma.”
O procurador afirma que “quatro ou cinco” empresas mantêm conversas com a Lava-Jato em Curitiba sobre eventual colaboração, mas alega que as discussões só avançam se os executivos revelarem fatos novos, que permitam desvelar mais esquemas de corrupção.
“Há uma distância muito grande entre mostrarem interesse e assinarem o acordo. Para se ter ideia, entre o começo da conversa da Camargo (Corrêa) e a assinatura, foram sete meses. Com fatos velhos, não vamos fazer (acordo)”, avisa.
SÓ REUNIÕES… – Embora tenham ocorrido reuniões em Curitiba com executivos da Odebrecht nos últimos dias, o procurador explica que investigado de nenhuma empresa está prestando depoimentos.
“O depoimento é um ato formal em que eu reduzo o que a pessoa disse em escrito, filmo e ela assina. O que pode acontecer nesses casos é que há entrevistas com o executivo para verificar se o que os advogados disseram é verdadeiro. Mas não há depoimento ainda. Estamos muito longe e, se não chegou nessa fase, não há nem cláusula de acordo. Nenhuma delas chegou nessa fase”, disse o procurador.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Essa declaração do procurador Santos Lima é estranha, porque tem um caráter excludente. Quer dizer então que, se a OAS conseguir a delação, a Odebrecht fica automaticamente de fora? Ou vice-versa? Qual a justificativa para esse tipo de favorecimento? Não há dúvida de que é estranho, por isso logo voltaremos ao assunto. (C.N.)


09 de agosto de 2016
Deu no Correio Braziliense

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