"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

FAZ SUCESSO O DESABAFO DE PALOMA AMADO SOBRE A PREPOTÊNCIA DOS POLÍTICOS


Paloma relata uma cena deprimente em Paris


Está circulando na internet, fazendo grande sucesso, um primoroso texto publicado pela psicóloga Paloma Jorge Amado, filha dos escritores Jorge Amado e Zélia Gattai.

O artigo foi publicado inicialmente no Facebook dela e depois transcrito em grande número de sites, portais e blogs.

É uma bela reflexão sobre a arrogância e a prepotência da maioria dos políticos brasileiros, que costumam agir de forma preconceituosa, sem terem medo do ridículo.

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ODEIO PREPOTÊNCIA
Paloma Amado

Era 1998, estávamos em Paris, papai já bem doente, participara da Feira do Livro de Paris e recebera o doutoramento na Sorbonne, o que o deixou muito feliz.

De repente, uma imensa crise de saúde se abateu sobre ele, foram muitas noites sem dormir, só mamãe e eu com ele. Uma pequena melhora e fomos tomar o avião da Varig (que saudades) para Salvador. Mamãe juntou tudo que mais gostavam no apartamento onde não mais voltaria e colocou em malas.

Empurrando a cadeira de rodas de papai, ela o levou para uma sala reservada. E eu, com dois carrinhos, somando mais de 10 malas, entrava na fila da primeira classe.

Em seguida chegou um casal que eu logo reconheci, era um político do Sul (não lembro se na época era senador ou governador, já foi tantas vezes os dois que fica difícil lembrar).

A mulher dele parecia uma árvore de Natal, cheia de saltos, cordões de ouros e berloques (Calá, com sua graça, diria: o jegue da festa do Bonfim).

É claro que eu estava de jeans e tênis, absolutamente exausta. De repente, a senhora bate no meu ombro e diz: “Moça, esta fila é da primeira classe, a de turistas é aquela ao fundo.”

Me armei de paciência e respondi: “Sim, senhora, eu sei.”

Queria ter dito que eu pagara minha passagem enquanto a dela o povo pagara, mas não disse. Ficou por isso.

De repente, o marido disse à mulher, bem alto para que eu escutasse: “Até parece que vai de mudança, como os retirantes nordestinos”.

Eu só sorri. Terminei o check in e fui encontrar meus pais na sala reservada. Pouco depois bateram à porta. Era o tal casal querendo cumprimentar o escritor. Não mandei a putaquepariu, apesar de desejar fazê-lo. Educadamente disse não.

Quando vi na TV o senador dizendo que fora agredido por um repórter, por isso tomou seu gravador, apagou seu chip, eteceteraetal, fiquei muito ‘arretada’, me deu uma crise de mariasampaismo e resolvi contar este triste episódio pelo qual passei.

Só eu e o gerente da Varig fomos testemunhas deste episódio, meus pais nunca souberam de nada.

OBS: O senador se chama Roberto Requião.


09 de agosto de 2016
Mário Assis Causanilhas

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