As negativas do ex-presidente não foram muito convincentes. A Justiça aceitou a denúncia contra ele por obstrução da investigação
Que coisa, né? Até os gramados de Brasília sabem que Delcídio Amaral (MS) era um dos interlocutores mais frequentes de Lula — o que colaborou, note-se, para que se tornasse líder do governo Dilma no Senado.
Que coisa, né? Até os gramados de Brasília sabem que Delcídio Amaral (MS) era um dos interlocutores mais frequentes de Lula — o que colaborou, note-se, para que se tornasse líder do governo Dilma no Senado.
Nada menos. Há muito tempo o agora ex-senador ocupava um lugar no palco central das operações partidárias de porão.
Lula, no entanto, decidiu contar outra versão no depoimento prestado ao Ministério Público em abril deste ano, no âmbito do inquérito que apurava a sua participação num esquema montado para tentar comprar o silêncio de Nestor Cerveró.
Em sua delação, Delcídio afirmou que a operação em que se meteu para silenciar o ex-diretor da Petrobras havia sido combinada previamente com Lula, coisa que o ex-presidente nega. Segundo o chefão petista, ele chegou, sim, a conversar sobre a Lava Jato com o ex-senador, mas sem nenhuma tentativa de interferência na investigação.
As negativas do ex-presidente não foram muito convincentes. A Justiça aceitou a denúncia contra ele por obstrução da investigação. Tornaram-se réus no mesmo processo o próprio Delcídio; Diogo Ferreira, que era seu chefe de gabinete; o banqueiro André Esteves; o advogado Édson Ribeiro; o pecuarista José Carlos Bumlai e seu filho, Maurício Bumlai.
Lula fez mais do que negar a sua participação na tramoia. Asseverou que mantinha relações puramente políticas com Delcídio; que seu ex-aliado está mentindo ao afirmar que lhe dera aval para se meter na “Operação Cala Cerveró” e que o então senador é que estava preocupado com seu amigos flagrados na operação.
A Justiça suspendeu também o sigilo sobre o depoimento de Lula. E lá está escrito:
“[Lula afirmou] que Delcídio dizia estar preocupado com as pessoas que estavam presas por ser amigo delas, como o Cerveró e outras; que o declarante não era amigo dessas pessoas; que não tem recordações das conversas com Delcídio sobre a Operação Lava Jato; que não se recordava da resposta que deu a Delcídio nessas conversas; que deve ter dito que todo mundo contratou advogado e está ‘brigando’ [pela causa]”
Em suma, estamos diante de uma das manifestações típicas do lulo-petismo: o chefão nunca sabe de nada.
02 de agosto de 2016
Reinaldo Azevedo
Lula, no entanto, decidiu contar outra versão no depoimento prestado ao Ministério Público em abril deste ano, no âmbito do inquérito que apurava a sua participação num esquema montado para tentar comprar o silêncio de Nestor Cerveró.
Em sua delação, Delcídio afirmou que a operação em que se meteu para silenciar o ex-diretor da Petrobras havia sido combinada previamente com Lula, coisa que o ex-presidente nega. Segundo o chefão petista, ele chegou, sim, a conversar sobre a Lava Jato com o ex-senador, mas sem nenhuma tentativa de interferência na investigação.
As negativas do ex-presidente não foram muito convincentes. A Justiça aceitou a denúncia contra ele por obstrução da investigação. Tornaram-se réus no mesmo processo o próprio Delcídio; Diogo Ferreira, que era seu chefe de gabinete; o banqueiro André Esteves; o advogado Édson Ribeiro; o pecuarista José Carlos Bumlai e seu filho, Maurício Bumlai.
Lula fez mais do que negar a sua participação na tramoia. Asseverou que mantinha relações puramente políticas com Delcídio; que seu ex-aliado está mentindo ao afirmar que lhe dera aval para se meter na “Operação Cala Cerveró” e que o então senador é que estava preocupado com seu amigos flagrados na operação.
A Justiça suspendeu também o sigilo sobre o depoimento de Lula. E lá está escrito:
“[Lula afirmou] que Delcídio dizia estar preocupado com as pessoas que estavam presas por ser amigo delas, como o Cerveró e outras; que o declarante não era amigo dessas pessoas; que não tem recordações das conversas com Delcídio sobre a Operação Lava Jato; que não se recordava da resposta que deu a Delcídio nessas conversas; que deve ter dito que todo mundo contratou advogado e está ‘brigando’ [pela causa]”
Em suma, estamos diante de uma das manifestações típicas do lulo-petismo: o chefão nunca sabe de nada.
02 de agosto de 2016
Reinaldo Azevedo
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