Piada do Ano: Surgem “juristas” que apoiam a petição que Lula fez à ONU…
Procuradores, advogados e professores de Direito enviaram nesta segunda-feira (1/8), um abaixo-assinado ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, em apoio à decisão da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de recorrer a Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), sediado em Genebra, na Suíça.
Ao todo, 64 pessoas assinaram o documento, entre eles o procurador e ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, o ex-presidente da OAB-RJ e deputado Wadih Damous (PT-RJ) e o ex-integrante do Conselho Nacional de Justiça Marcelo Neves.
No documento, o grupo defende que “algumas ações tomadas contra Lula, especialmente pelo juiz federal Sérgio Moro, demonstram claramente o viés parcial e autoritário das medidas que atentaram contra os direitos fundamentais dele, Lula, de seus familiares e até mesmo de seus advogados de defesa”.
EXEMPLOS DE PERSEGUIÇÃO – Eles afirmam como exemplo o fato de Lula ter sido alvo de uma condução coercitiva para prestar depoimento em março, a divulgação de gravações telefônicas entre o ex-presidente e interlocutores como a presidente afastada Dilma Rousseff, e o fato de ele ter sido proibido de assumir o posto de ministro-chefe da Casa Civil.
“Não é sem razão que Luiz Inácio Lula da Silva foi buscar por meio de Comunicação no âmbito do Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos (ICCPR), no Escritório do Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas em Genebra, Suíça, a preservação dos direitos fundamentais, dos direitos humanos e do próprio Estado Democrático de Direito – que vem sendo assaltado pelos inimigos da democracia e pelo autoritarismo de agentes do Estado”, diz o texto.
No documento, eles afirmam que as “elites e a oligarquia” nunca se conformaram com “a ascensão da esquerda ao poder”, isto é, com a chegada de Lula e do PT à Presidência em 2002.
CAÇADA A LULA – Segundo o grupo, desde então, foi iniciado “uma verdadeira caçada” a Lula “com o apoio da grande mídia”. “Embora tenha deixado a presidência da República há cerca de seis anos, Luiz Inácio Lula da Silva continua sofrendo ataques preconceituosos e discriminatórios. Agora as ofensas estão acompanhadas de uma tentativa vil de criminalizar o ex-presidente”, diz o texto.
Para eles, as classes mais altas têm “ódio” de Lula e “essa odiosidade” foi transferida para Dilma, “que é vítima de um golpe parlamentar que afrontou a democracia brasileira”.
AÇÃO PRECIPITADA – Também nesta segunda, o ministro do STF Gilmar Mendes classificou como uma ação “precipitada” a denúncia feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Comitê de Direitos Humanos da ONU contra o Estado brasileiro.
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como diz o velho ditado, “o papel aceita tudo”. Mas constitui um grande exagero chamar de “jurista” quem na verdade não tem obra jurídica reconhecida, como os três personagens citados nessa edificante reportagem.
Charge do Miguel, reprodução do Jornal do Comércio (PE |
Procuradores, advogados e professores de Direito enviaram nesta segunda-feira (1/8), um abaixo-assinado ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, em apoio à decisão da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de recorrer a Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), sediado em Genebra, na Suíça.
Ao todo, 64 pessoas assinaram o documento, entre eles o procurador e ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, o ex-presidente da OAB-RJ e deputado Wadih Damous (PT-RJ) e o ex-integrante do Conselho Nacional de Justiça Marcelo Neves.
No documento, o grupo defende que “algumas ações tomadas contra Lula, especialmente pelo juiz federal Sérgio Moro, demonstram claramente o viés parcial e autoritário das medidas que atentaram contra os direitos fundamentais dele, Lula, de seus familiares e até mesmo de seus advogados de defesa”.
EXEMPLOS DE PERSEGUIÇÃO – Eles afirmam como exemplo o fato de Lula ter sido alvo de uma condução coercitiva para prestar depoimento em março, a divulgação de gravações telefônicas entre o ex-presidente e interlocutores como a presidente afastada Dilma Rousseff, e o fato de ele ter sido proibido de assumir o posto de ministro-chefe da Casa Civil.
“Não é sem razão que Luiz Inácio Lula da Silva foi buscar por meio de Comunicação no âmbito do Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos (ICCPR), no Escritório do Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas em Genebra, Suíça, a preservação dos direitos fundamentais, dos direitos humanos e do próprio Estado Democrático de Direito – que vem sendo assaltado pelos inimigos da democracia e pelo autoritarismo de agentes do Estado”, diz o texto.
No documento, eles afirmam que as “elites e a oligarquia” nunca se conformaram com “a ascensão da esquerda ao poder”, isto é, com a chegada de Lula e do PT à Presidência em 2002.
CAÇADA A LULA – Segundo o grupo, desde então, foi iniciado “uma verdadeira caçada” a Lula “com o apoio da grande mídia”. “Embora tenha deixado a presidência da República há cerca de seis anos, Luiz Inácio Lula da Silva continua sofrendo ataques preconceituosos e discriminatórios. Agora as ofensas estão acompanhadas de uma tentativa vil de criminalizar o ex-presidente”, diz o texto.
Para eles, as classes mais altas têm “ódio” de Lula e “essa odiosidade” foi transferida para Dilma, “que é vítima de um golpe parlamentar que afrontou a democracia brasileira”.
AÇÃO PRECIPITADA – Também nesta segunda, o ministro do STF Gilmar Mendes classificou como uma ação “precipitada” a denúncia feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Comitê de Direitos Humanos da ONU contra o Estado brasileiro.
“No mínimo, eu diria que é uma ação precipitada, mas deve ter uma lógica no campo político, onde o ex-presidente atua com maestria. Portanto não me parece que seja uma questão a ser analisada no plano jurídico, me parece que é mais uma ação de índole política”, afirmou o ministro.
Na última sexta-feira, 29, a Justiça Federal em Brasília aceitou denúncia contra Lula, o senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS), o banqueiro André Esteves, o pecuarista José Carlos Bumlai e mais três pessoas.
Na última sexta-feira, 29, a Justiça Federal em Brasília aceitou denúncia contra Lula, o senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS), o banqueiro André Esteves, o pecuarista José Carlos Bumlai e mais três pessoas.
O grupo é acusado de operar para obstruir as investigações da Lava Jato, com tentativa de comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como diz o velho ditado, “o papel aceita tudo”. Mas constitui um grande exagero chamar de “jurista” quem na verdade não tem obra jurídica reconhecida, como os três personagens citados nessa edificante reportagem.
O blog O Antagonista revela que Manoel Volkmer de Castilho, um dos assessores de Teori Zavascki em seu gabinete no Supremo, é um dos “juristas” que deixou seu nome no abaixo-assinado. Castilho é casado com a vice-procuradora-geral da República Ela Wiecko de Castilho, que disputou o cargo de procurador-geral da República com apoio de parlamentares do PT.
Para quem atua no ramo do Direito, fica muito difícil classificar de “jurista” os elementos que se apressaram a apoiar essa aventura de Lula ao enviar uma petição ao Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Quem é realmente jurista não age ideológica nem partidariamente, porque somente se posiciona em rigoroso respeito aos princípios e doutrinas do Direito Universal, que não tem (nem jamais poderá ter) conotações menores.
Esse tipo de procedimento, meramente ideológico e partidário, envergonharia qualquer jurista de verdade. Só serve como candidatura à Piada do Ano. (C.N.)
02 de agosto de 2016
Deu no Estadão
02 de agosto de 2016
Deu no Estadão
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