"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

RENAN DIZ A TEMER QUE O IMPEACHMENT ESTÁ GARANTIDO, COM SEIS VOTOS DE FRENTE


Temer agradece o apoio de Maia e Renan no Congresso








Em uma demonstração de que pretende deixar as desavenças com o presidente interino, Michel Temer, para trás, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tem dado sinais de estar envolvido nas negociações do impeachment de Dilma Rousseff, que deve ser julgado no final de agosto. O jantar na última terça-feira à noite com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Renan deixou Temer ainda mais otimista em relação à aprovação do processo de afastamento de Dilma.
Segundo relatos, Renan teria se mostrado “engajado” na aprovação do impeachment e chegou a fazer uma conta de votos favoráveis à aprovação do processo. Até recentemente, Renan tratava o assunto com distanciamento.
Aliados de Renan dizem que ele relatou a Temer que três votos de indecisos estariam migrando a favor do impeachment: dos senadores Romário (PSB-RJ), Cristovam Buarque (PPS-DF) e Otto Alencar (PSD-BA). Nas contas de Renan, seriam cerca de 60 votos a favor do impeachment, cálculo semelhante ao de auxiliares de Temer.
COTA DE RENAN 
O clima entre Renan e Temer, segundo relatos, é de franca melhoria, e os episódios de trocas de ataques públicos, por enquanto, tendem a ficar no passado. 
A inclinação do presidente interino em nomear um indicado de Renan para o Ministério do Turismo é mais um gesto nessa direção. Apesar de estar reticente quanto à ida do deputado Marx Beltrão (PMDB-AL) para a pasta, pelo fato de Beltrão ser réu no Supremo Tribunal Federal (STF), Temer deu ao presidente do Senado a prerrogativa de escolher o nome que comandará a pasta.
A convivência entre Renan e Temer é conturbada. Os dois caciques disputam áreas de influência no PMDB. Um dos maiores cuidados de Temer, neste momento, é evitar turbulências no Senado, onde será dada a palavra final sobre o impeachment. 
Após a conclusão do processo, caso seja confirmado o afastamento definitivo de Dilma, Temer espera contar com o apoio do Senado para aprovar, rapidamente, medidas para recuperar a economia.
OFENSAS ANTIGAS 
Além de Renan ter ficado até o último momento ao lado do governo Dilma, as divergências entre ele e Temer se tornaram públicas e deixaram cicatrizes, apenas poucos meses atrás, com um troca de ofensas. 
Renan disse que medidas de Temer fariam “Ulysses tremer na cova” (referência ao ex-deputado e líder do PMDB Ulysses Guimarães) e acusou o então vice de se preocupar apenas com indicações para cargos, quando ocupou a articulação política do governo Dilma. Em resposta, Temer disse que o PMDB não tinha dono, “nem coronel”.
Aliados de Renan afirmam que a mudança de postura foi conseguida com muitas conversas que o levaram a se convencer de que, gerando instabilidade para Temer, poderia prejudicar a si ao seu partido. 
O governo Temer é visto por caciques peemedebistas como uma oportunidade única de o PMDB recuperar sua imagem, apagando o estereótipo de partido apenas fisiológico e sem uma grande liderança ou um projeto para o país.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Conforme informamos aqui na Tribuna da Internet, Dilma, Lula e o PT não conseguiram reverter um só voto e o impeachment já é uma realidade. Renan diz que já existem 60 senadores favoráveis e a cassação de Dilma depende de apenas 54 votos. Ou seja, Temer já tem seis votos de frente. (C.N.)
22 de julho de 2016
Júnia GamaO Globo

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