Não são parecidos por acaso. A base histórica é exatamente a mesma.
Tropas do Império Austro-Húngaro no Monte Sião, Jerusalém, em 1916, defendendo as posições do aliado Império Otomano. A região onde atualmente fica Israel e Palestina era domínio otomano e eles a subjugaram de 1520 até sua derrota na Primeira Guerra.
A Primeira Guerra Mundial, chamada também de “Grande Guerra”, foi o conflito já dos tempos mais recentes que refez boa parte da geopolítica mundial, afetando sobremaneira os impérios europeus e também o Império Turco-Otomano, que combateu do lado derrotado.
Muitos se referem ao ISIS como decorrência da Al-Qaeda ou coisa do tipo. Não é errado, em termos mais pragmáticos, mas as demandas geopolíticas remontam à primeira grande guerra. Da mesma forma que ocorreu com os nazistas.
Por óbvio, os perdedores não saíram apenas como derrotados simbólicos. O Império Alemão e o Austro-Húngaro foram totalmente remodelados e essa nova formatação territorial, seguida dos pesados ônus decorrentes do conflito, permitiu o nascimento de ideologias que insuflavam o ultranacionalismo e o resgate de valores histórico-culturais locais. Como o nazismo.
E como o Estado Islâmico.
Quando da proclamação do califado, em 2014, o então Estado Islâmico do Iraque e do Levante emitiu a seguinte declaração: “A legalidade de todos os emirados, grupos, Estados e organizações torna-se nulo pela expansão da autoridade do califado e pela chegada de suas tropas em suas áreas“, em referência direta ao Acordo Sykes-Picot, que redefiniu as fronteiras e soberanias reconhecidas no Oriente Médio logo após a Primeira Grande Guerra.
Assim como Hitler e os nazistas, os líderes do ISIS querem um retorno ao estado das coisas de antes dessa guerra. Também como Hitler e os nazistas, eles defendem um nacionalismo exacerbado em cima de um ideal quase místico de território e nação, enaltecendo culturas ancestrais, tendo o ocidente moderno como inimigos, bem como os judeus como objeto quase central da representação desse ódio. E assim por diante.
Tais dados são bem sintomáticos, não mera curiosidade para conversas aleatórias.
E tem mais uma semelhança: assim como houve com o ISIS, Adolf Hitler e seu partido, antes de serem considerados vilões inequívocos por todo o planeta, também tratados como algo quase inofensivo ao mundo durante muitos anos. Deu no que deu. E está dando no que está dando.
Às vezes, é sim necessário combater o mal, e tal combate se dá pelo enfrentamento bélico, infelizmente. Esses dois exemplos são irrecorríveis. É muito bonito dizer que o diálogo é o caminho, supondo que do outro lado estejam pessoas querendo ler poesia e meramente discutir posições ideológicas. Mas a vida real não é assim, e genocidas não podem ser combatidos com protocolos diplomáticos.
LEIA TAMBÉM: a ameaça terrorista nos Jogos Olímpicos do Rio Janeiro e os cinco fatos que antecederam a prisão da célula do Estado Islâmico no Brasil.
22 de julho de 2016
implicante
Tropas do Império Austro-Húngaro no Monte Sião, Jerusalém, em 1916, defendendo as posições do aliado Império Otomano. A região onde atualmente fica Israel e Palestina era domínio otomano e eles a subjugaram de 1520 até sua derrota na Primeira Guerra.
A Primeira Guerra Mundial, chamada também de “Grande Guerra”, foi o conflito já dos tempos mais recentes que refez boa parte da geopolítica mundial, afetando sobremaneira os impérios europeus e também o Império Turco-Otomano, que combateu do lado derrotado.
Muitos se referem ao ISIS como decorrência da Al-Qaeda ou coisa do tipo. Não é errado, em termos mais pragmáticos, mas as demandas geopolíticas remontam à primeira grande guerra. Da mesma forma que ocorreu com os nazistas.
Por óbvio, os perdedores não saíram apenas como derrotados simbólicos. O Império Alemão e o Austro-Húngaro foram totalmente remodelados e essa nova formatação territorial, seguida dos pesados ônus decorrentes do conflito, permitiu o nascimento de ideologias que insuflavam o ultranacionalismo e o resgate de valores histórico-culturais locais. Como o nazismo.
E como o Estado Islâmico.
Quando da proclamação do califado, em 2014, o então Estado Islâmico do Iraque e do Levante emitiu a seguinte declaração: “A legalidade de todos os emirados, grupos, Estados e organizações torna-se nulo pela expansão da autoridade do califado e pela chegada de suas tropas em suas áreas“, em referência direta ao Acordo Sykes-Picot, que redefiniu as fronteiras e soberanias reconhecidas no Oriente Médio logo após a Primeira Grande Guerra.
Assim como Hitler e os nazistas, os líderes do ISIS querem um retorno ao estado das coisas de antes dessa guerra. Também como Hitler e os nazistas, eles defendem um nacionalismo exacerbado em cima de um ideal quase místico de território e nação, enaltecendo culturas ancestrais, tendo o ocidente moderno como inimigos, bem como os judeus como objeto quase central da representação desse ódio. E assim por diante.
Tais dados são bem sintomáticos, não mera curiosidade para conversas aleatórias.
E tem mais uma semelhança: assim como houve com o ISIS, Adolf Hitler e seu partido, antes de serem considerados vilões inequívocos por todo o planeta, também tratados como algo quase inofensivo ao mundo durante muitos anos. Deu no que deu. E está dando no que está dando.
Às vezes, é sim necessário combater o mal, e tal combate se dá pelo enfrentamento bélico, infelizmente. Esses dois exemplos são irrecorríveis. É muito bonito dizer que o diálogo é o caminho, supondo que do outro lado estejam pessoas querendo ler poesia e meramente discutir posições ideológicas. Mas a vida real não é assim, e genocidas não podem ser combatidos com protocolos diplomáticos.
LEIA TAMBÉM: a ameaça terrorista nos Jogos Olímpicos do Rio Janeiro e os cinco fatos que antecederam a prisão da célula do Estado Islâmico no Brasil.
22 de julho de 2016
implicante
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