"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

PARECER DA CASSAÇÃO DE EDUARDO CUNHA SÓ SERÁ VOTADO NA SEMANA QUE VEM

Charge do Tacho (reprodução do Jornal NH)


A votação do parecer pela cassação do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), prevista para ontem, foi alvo de dupla postergação e não ocorrerá mais hoje. A sessão deve ficar para a próxima semana. Nesta terça-feira, durante reunião do colegiado, prestes a sofrer uma derrota, o relator do processo, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), usou uma prerrogativa regimental e pediu ao presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), “mais tempo” para estudar o voto em separado apresentado pelo deputado João Carlos Bacelar (PR-BA). À noite, porém, ao perceber a possibilidade de vitória dos aliados de Cunha, Araújo cancelou a votação que ocorreria hoje.

Bacelar, um dos defensores de Cunha, apresentou um texto alternativo que sugere uma punição mais branda ao peemedebista: a suspensão do mandato por três meses. O relatório quase foi aprovado diante da ausência da deputada Tia Eron (PRB-BA) na reunião.

PEDINDO TEMPO…
Com base no regimento, Araújo suspendeu a sessão com a desculpa de que era preciso mais tempo para ler o voto em separado e chegou a ser acusado por Cunha de manobrar.

À noite, diante de um acordo para que a sessão do plenário da Casa ocorresse hoje, às 9h, Araújo suspendeu novamente a reunião. Houve o receio de que aliados de Cunha estivessem montando uma “arapuca” e tivessem conseguido o voto de Eron, por isso, Araújo resolveu ganhar mais tempo. O presidente pode marcar para amanhã a votação, mas a maior probabilidade é de que ocorra na próxima terça.

Oficialmente, o presidente do Conselho justificou o cancelamento com o argumento de que não quer atrapalhar votações importantes ao país e de que é necessário mais tempo para se ler o voto em separado.

AUSÊNCIA ESTRATÉGICA
Ontem, por causa da ausência da deputada Tia Eron, a única titular que não compareceu à sessão, quem votaria seria o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), primeiro suplente a marcar presença por uma diferença de 40 segundos entre ele e Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Marun é declaradamente defensor de Eduardo Cunha e seria favorável ao voto com punição mais branda. Bacelar criticou a suspensão da reunião. “Eu li o voto dele (Marcos Rogério) em 24 horas. Não justifica”, disse.

PLACAR: 10 A 9
Entre os integrantes do conselho, 10 já declararam voto contra a cassação de Cunha e nove a favor. A única que não se pronunciou quanto ao mérito é Tia Eron. Se ela votar pela cassação, o placar ficará empatado e o voto decisivo será do presidente do colegiado, que é favorável ao relatório. Hoje, quem chegar primeiro pode fazer a diferença. A ausência da deputada, no entanto, acabou questionada por parlamentares.

Após a sessão, a congressista esclareceu que está em Brasília e afirmou que votaria caso a questão tivesse sido apreciada, mas a sessão foi de “debates” e só foi suspensa porque o relator pediu vistas e não por causa dela. “Estou convicta da grande expectativa que há em nosso país, referente a esta representação, e não me furtarei a cumprir com meu dever”, afirmou por meio de nota.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Essa deputada Tia Eron é uma boa bisca e já se vendeu para Eduardo Cunha, que deve ter gastado pouco, porque ela não vale nada. (C.N.)


08 de junho de 2016
Natália Lambert e Julia Chaib
Correio Braziliense

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