"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

GOVERNO APÓIA LAVA JATO, QUE PRECISA EVITAR ERROS DA "MÃOS LIMPAS", DIZ PADILHA



Padilha sugere aprofundar ao extremo a apuração e então refluir

















Num discurso para empresários em São Paulo nesta quinta-feira, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, falou em “sensibilidade para saber o momento de caminhar para uma definição final” ao comentar as investigações da Lava-Jato. Ele completou a declaração dizendo que o país não pode correr o risco de que se repita no Brasil o que aconteceu na Itália com a Operação Mãos Limpas. Após o encontro, perguntado se a frase era uma defesa pelo fim das investigações, Padilha negou e afirmou que o governo do presidente interino Michel Temer apoia o trabalho da Lava-Jato. Temer foi um dos citados na delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, divulgada na quarta-feira.
— Tenho certeza que os principais agentes da Lava-Jato terão a sensibilidade para saber o momento em que eles deverão aprofundar ao extremo e também de eles caminharem rumo a uma definição final. Isso tem que ser sinalizado porque vimos na Itália, onde não houve essa sinalização, e tiveram, depois do grande benefício que veio, efeitos deletérios que nós não podemos correr o risco aqui — afirmou Padilha durante o discurso em almoço com líderes empresariais.
A declaração foi feita após um dos convidados do encontro perguntar ao ministro sobre os impactos da Lava-Jato para o governo e o PMDB. Padilha iniciou a resposta elogiando o trabalhos do Ministério Público, Justiça e Polícia Federal.
UM GRANDE SERVIÇO – O ministro disse que a Lava Jato presta um grande serviço ao Brasil: — O Brasil será outro, aliás, já está sofrendo esse processo de transformação no que diz respeito ao exercício do poder político.
Depois, em entrevista à imprensa, ele negou que a frase significasse uma defesa do fim da Lava-Jato.
— O que eu disse é que tenho certeza que as autoridades da Lava Jato saberão o momento em que deverão pegar, aprofundar e apontar tudo que deve apontar e pensar em concluir. Eu vi e li o que aconteceu com a Operação Mãos Limpas na Itália. Todos eles conhecem tanto quanto eu. Temos que fazer com que tenhamos o melhor resultado possível. Esse é o sentido de apontar quem é culpado e quem não é. Não teve outro significado (minha fala).
DEFESA DE TEMER – Padilha defendeu que Temer não tem que ser investigado pela citação feita por Machado em delação premida. O ex-presidente da Transpetro disse à Lava-Jato que Temer negociou com ele propina de R$ 1,5 milhão como doação para o PMDB para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo em 2012. Para ele, não há provas mínimas para que seja aberta uma apuração.
— A citação é de um encontro que não existe. Eu convivo com o presidente Michel há 22 anos e sei que, se ele diz que não existe, é porque não existe. Teria que vir junto uma prova mínima de que tal encontro existiu (para haver investigação).

17 de junho de 2016
Silvia Amorim
O Globo

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